Suspensas em 29 de junho de 2020 diante da pandemia do novo coronavírus, as cirurgias eletivas no Distrito Federal voltaram a ser realizadas, em sua totalidade, nesta segunda-feira, 1º de fevereiro. As marcações, que já estavam liberadas desde o início da semana passada, podem ser feitas em 22 especialidades.
A decisão de suspender a maioria dos procedimentos foi tomada diante do risco de expor pacientes cirúrgicos ao contágio da Covid-19 e da necessidade de preservação dos insumos de intubação no tratamento dos infectados por ela. Na época foram mantidas apenas as intervenções cardiovasculares, oncológicas, os transplantes e as judicializadas – que são aquelas em que o paciente recorre à justiça para garantir a prioridade do atendimento.
A partir de 19 de outubro de 2020, o Governo do Distrito Federal (GDF) foi liberando, gradativamente, a realização de procedimentos por especialidades. As primeiras, foram as oftalmológicas. No final de novembro, as urológicas, ginecológicas e cardiovasculares também passaram a ser autorizadas. Outros procedimentos foram excluídos das proibições nos meses seguintes.
Dados da sala de situação da Secretaria de Saúde apontam que o GDF realizou, entre janeiro e novembro de 2020, ano de decreto da pandemia, 58.625 autorizações para internações cirúrgicas hospitalares. Em 2019, início da atual gestão e sem risco do novo coronavírus, foram 68.247 cirurgias, de janeiro a dezembro, o maior registro dos últimos seis anos.
Somados, os atendimentos cirúrgicos dos dois primeiros anos desta gestão são pelo menos (já que o mês de dezembro ainda não foi computado) 11,4% maior que a primeira metade da gestão anterior: em 2015 foram 55.482 cirurgias, em 2016, 58.398; em 2017, 56.258; e em 2018, 60.129. As cirurgias ambulatoriais, que são aquelas menores, de baixa complexidade, como a retirada de uma pinta, não estão incluídas nesses balanços.
“Ainda que em um ano de pandemia, os números de 2020 superam os de outros anos em que a Covid-19 não comprometia os recursos para novos investimentos do governo na área de saúde”, ressalta o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, da Secretaria de Saúde, Petrus Sanchez.
Mutirão
Em Ceilândia, região mais populosa do DF, a direção do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) decidiu otimizar os horários noturnos e os finais de semana, quando geralmente as salas cirúrgicas não são demandadas, para marcar novos procedimentos. “Com isso, conseguimos reduzir a fila de espera de pacientes da ortopedia, sem comprometer os atendimentos de rotina”, conta a superintendente da Região de Saúde Oeste, Lucilene Florêncio – responsável também pelas regiões administrativas de Brazlândia e do Sol Nascente/ Pôr do Sol.
O autônomo José Elano Coelho, de 52 anos, fraturou o tornozelo durante uma partida de futebol, em 25 de outubro. Encaminhado ao HRC, o morador do Setor O ficou alguns dias internado até chegar ao centro cirúrgico, em 1º de novembro, até entrar na força tarefa de cirurgias organizada pela superintendência. “Esses mutirões são bem úteis para a população e eu fui um desses beneficiados, sendo muito bem atendido”, afirma ele.
Agência Brasília