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Brasília

Chuvas no período de seca reforçam cuidado com focos do Aedes aegypti

Por meio de armadilhas contra os mosquitos e de visitas dos agentes ambientais, Secretaria de Saúde previne e orienta a população sobre os perigos da proliferação do transmissor da dengue e outras doenças

Redação Jornal de Brasília

16/09/2023 15h45

Chamadas de ovitrampas, as armadilhas são deixadas nas casas de moradores que estão no referenciamento geográfico da SES-DF e simulam um ambiente perfeito para a procriação do mosquito| Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde

Com as chuvas atípicas que, vez ou outra, refrescam a seca, a Secretaria de Saúde do DF (SES) chama a atenção dos brasilienses para o combate ao Aedes aegypti. Isso porque um ovo do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela consegue ficar até 400 dias sem contato com a água, só aguardando as primeiras gotas para eclodir.

“Ao primeiro contato com a água, em até três horas, acontece o nascimento da larva”, explica o gerente de Vigilância de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo da SES, Edi Xavier de Faria. “Daí, de sete a dez dias, dependendo da temperatura, já sai um mosquito pronto para picar as pessoas.”

Levantamento elaborado pela SES aponta que o número de casos prováveis de dengue diminuiu 59,4% no Distrito Federal e que o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti está em patamar considerado satisfatório, de acordo com um em 26.029 imóveis nas 35 regiões administrativas do DF durante agosto. Mas a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, alerta: “O período com maior intensidade de chuvas está prestes a começar, e o engajamento de toda a sociedade é fundamental para garantirmos esses números seguros. É preciso começar a agir agora”.

Ações da Saúde

Para auxiliar no combate, servidores da pasta buscam espalhar armadilhas de captura de ovos, sem o uso de inseticidas químicos. Conhecida como ovitrampa, a ferramenta é uma mistura de água limpa, larvicida e levedo de cerveja que, colocada em pontos estratégicos, reduz efetivamente a proliferação do mosquito e reúne informações sobre a distribuição e a densidade dos focos.

Instaladas nas casas de moradores que estão no referenciamento geográfico da SES-DF, as armadilhas simulam um ambiente perfeito para a procriação do mosquito. Um recipiente é preenchido com água, que fica parada, atraindo o inseto. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira para facilitar o depósito de ovos pela fêmea.

Cada ovitrampa atinge um raio de 200 metros e em média contém até 300 ovos. “É uma tecnologia de sucesso, pois são vários mosquitos a menos circulando em nosso território, uma vez que [o equipamento] impede que os ovos eclodam”, explica o agente de Vigilância Ambiental da SES-DF João Bosco de Carvalho.

A dengue escondida na seca

Apesar de o DF indicar redução de casos e um cenário contrário ao resto do país – que, segundo dados do Ministério de Saúde, já ultrapassou a marca de 1 milhão de casos prováveis de dengue e 635 óbitos confirmados -, os cuidados devem ser constantes e ir além das armadilhas e da época chuvosa.

A recomendação é que, ainda que na seca, cada morador retire das áreas externas objetos que podem acumular água – latas, garrafas, pneus, potes e brinquedos, por exemplo. A atenção também precisa ser redobrada nos vasos de plantas, onde deve ser colocada areia até a borda; com as calhas, que devem ser mantidas desobstruídas, e com as caixas-d’água, que precisam estar tampadas. O objetivo é evitar que os recipientes sejam usados como depósitos pelo mosquito fêmea.

“A chuva atípica chamou a nossa atenção para uma série de cuidados que precisam ser mantidos no período seco”, avalia o diretor da Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, Jadir Costa Filho. “Muitas vezes, as pessoas se descuidam por não estarem potencialmente criando um depósito, só que o ovo do mosquito é muito resistente: pode ficar mais de um ano ali sem ter contato com água até ter uma chuva.” 

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, idosos e portadores de enfermidades crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações fatais.

Olho vivo nas plantas

Outro ponto fundamental para a população ficar atenta é com os recipientes utilizados para plantas em varandas, jardins ou mesmo em espaços fechados. O Lago Norte é a região administrativa que melhor demonstra essa situação: mesmo com o período da seca, a situação de infestação pelo Aedes aegypti foi classificada como de alerta, com larvas do mosquito tendo sido encontradas em cerca de 2,08% das residências visitadas.

A maioria desses focos estava em vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras e pequenas fontes ornamentais, além de bebedouros e recipientes de degelo de refrigeradores. “Estamos na seca, mas esses pontos têm acúmulo de água por conta da ação humana”, reforça Edi Faria.

Outra região administrativa classificada como em situação de alerta foi Arapoanga, com 1,15% das residências tendo apresentado larvas do mosquito. O mesmo tipo de recipiente foi registrado na hora de localizar as larvas.

Veja, abaixo, os principais sintomas da dengue.

? Febre alta, maior do que 38°C
? Dor no corpo e articulações
? Dor atrás dos olhos
? Mal-estar
? Falta de apetite
? Dor de cabeça
? Manchas vermelhas pelo corpo.

Com informações da Agência Brasília

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