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Brasília

Caso Villela: delegado da Corvida detalha assassinato

O oficial deu detalhes da dinâmica do crime e atestou a participação de Adriana nos homicídios, como apontaram todos os acusados em depoimentos ao agente

Aline Rocha

25/09/2019 14h40

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Olavo David Neto
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O segundo depoimento do terceiro dia de julgamento de Adriana Villela – acusada de encomendar o assassinato de José Guilherme e Maria Villela, pais da ré – foi o de Ecimar Loli, delegado por 10 anos da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida). O oficial deu detalhes da dinâmica do crime e atestou a participação de Adriana nos homicídios, como apontaram todos os acusados em depoimentos ao agente. Ele também apontou erros no procedimento dos policiais que iniciaram as investigações.

Ecimar relatou detalhes do assassinato, como a faca utilizada por Paulo Cardoso Santana, o Paulinho – “em forma de punhal, com dois gumes e que sofreu uma deformação com os golpes”, segundo o investigador. Além disso, o delegado colheu depoimentos dos outros dois então acusados da execução do casal Villela e de Francisca da Silva, empregada doméstica da família, Leonardo Campos Alves e Francisco Mairlon. “O Leonardo e o Paulinho se irritaram com o Mairlon por ele não apontar a acusada como mandante dos assassinatos, coisa que eles fizeram”, declarou o depoente.

Questionado pelos procuradores, a testemunha afirmou que não é comum o diretor-geral da corporação acompanhar presencialmente o traslado de um investigado, em referência ao procedimento adotado por Pedro Cardoso, então responsável pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Talvez possa ajudar estabelecendo a comunicação, mas acompanhar não é comum”, declarou o delegado.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Sobre o laudo de peritos que revela a presença de Adriana no apartamento dos pais no momento do crime – alvo de imbróglio no Supremo Tribunal Federal e dada como válida pelo ministro Luiz Fux na noite de ontem (24) -, ele alega que é, sim, prova da autoria intelectual de Adriana no crime da 113 sul. “Fiquei sabendo [do teor], foi público. Foi encontrada uma palmar em determinado local da casa”.

Em determinado momento, Adriana se dirigiu diretamente aos procuradores do MPDFT e alegou que eles estariam mentindo em pleno tribunal. Após rápida discussão, o magistrado apaziguou os ânimos. A sequência da pergunta do Ministério Público é se Ecimar participou de uma conspiração contra a acusada. “Ninguém escolhe autor por pedigree. A gente sabe a responsabilidade que é; a gente indicia quem não tem posses, a gente indicia quem também tem. Se houve conspiração, que provem”, rebateu o delegado.

A amiga que Adriana visitou no dia do crime também veio à tona no testemunho do atual delegado da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). No depoimento prestado em Natal (RN), a mulher declarou a Ecimar que apenas se lembrava de “créditos que subiam ao fim de um programa na TV”, segundo o depoente. Para ele, o mais provável é que se tratasse da novela das 19h da Rede Globo.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Depoimentos

A respeito de Leonardo Campos Alves, executor do crime condenado, o delegado Ecimar deu detalhes das diligências feitas com o então acusado. “Ele nos levou à parada onde se preparam para a ação, fomos à praça em frente ao Conjunto Nacional e ele nos apontou, inclusive, o banco onde ele conversou com a Adriana Villela”, declarou o delegado.

Questão de ordem

Após a pausa para almoço determinada pelo magistrado, Ecimar volta ao tribunal para responder quaisquer questionamentos. Ele é o sétimo depoente até a falar no Júri popular de Adriana. Após os relatos de Ecimar, haverá uma mudança na ordem de depoimentos para que Rosa Masuad Marcelo, amiga de Maria Villela há cerca de 40 anos e que tem viagem marcada para os próximos dias, possa prestar esclarecimentos ao Júri. Rosa foi indicada pela defesa de Adriana.

Atenção

Familiares e amigos da acusada prestam solidariedade a cada pausa determinada pelo juiz, e em alguns casos a ré chegou a derramar lágrimas em meio aos abraços. Pela primeira vez em três dias, Carolina Villela, filha única de Adriana, esteve na primeira fileira de cadeiras destinadas ao público. Ela foi acompanhada pelo tio, Ricardo Villela; nos dois dias anteriores, Carolina manteve-se em meio aos outros presentes, nas fileiras mais afastadas do tribunal.

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