Vítor Mendonça
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O décimo e último dia de julgamento do caso que coloca Adriana Villela como mandante do crime da 113 Sul começou às 9h21 desta quarta-feira (2) e foi marcado por discursos incisivos de ambas as partes, defesa e acusação. A fala inicial ficou à cargo da acusação, feita pelo procurador Maurício Miranda e pelo promotor de justiça Marcelo Leite, representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Também proferiu palavras o assistente da acusação, o advogado Pedro Calmon.
Foi na fala dos advogados de defesa da ré que os ânimos se exaltaram e, com duas interrupções por parte do MPDFT, trocaram-se farpas entre as partes. A discordância começou após acusação de prevaricação do órgão distrital com relação à posição de Mabel Alves de Farias em Montalvânia (MG), quando Paulinho estava encarcerado. Prevaricação configura-se como crime no momento em que um órgão deixa de cumprir com suas obrigações a fim de favorecer ou omitir alguma parte do processo.
O ataque foi embasado no depoimento dado por Geraldo Flávio de Macedo Soares, advogado na cidade mineira, na última quinta-feira (26). “Foi dito que a doutora Mabel pediu para a testemunha avisar a Paulinho que o crime foi de mando e que a pena era menor. Isso é crime e o Ministério Público prevaricou! Deveria ter investigado ou omitiu a testemunha em juízo”, disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay.
“O senhor vai ter que me respeitar. Quero questão de ordem porque o advogado disse expressamente que o Ministério Público prevaricou. Isso nós não vamos admitir no julgamento. O senhor me respeite”, bradou o promotor Marcelo Leite.
Repleto de audientes, o plenário precisou acrescentar mais 19 cadeiras para abarcar o máximo de pessoas que poderia. São 143 lugares ocupados por curiosos, advogados, amigos e familiares das vítimas. Do lado de fora, outras 145 senhas foram distribuídas.
Este é o décimo dia de julgamento em Júri Popular de Adriana Villela. A ré é acusada de encomendar a morte dos pais no dia 28 de agosto de 2009 no apartamento onde moravam, na 113 Sul. Há 10 anos o caso se desenrola na justiça. Até o momento foram presas três pessoas acusadas de assassinar o casal Guilherme e Maria Villela e a empregada da família, Francisca Nascimento. São eles Leonardo Campos Alves, Paulo Santana, conhecido como Paulinho, e Francisco Mairlon, que desde o início do processo se diz inocente.