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Brasília

Caso Villela: clima esquenta durante debates no Tribunal do Júri

Foi na fala dos advogados de defesa da ré que os ânimos se exaltaram e, com duas interrupções por parte do MPDFT, trocaram-se farpas entre as partes

Aline Rocha

02/10/2019 15h54

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Vítor Mendonça
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O décimo e último dia de julgamento do caso que coloca Adriana Villela como mandante do crime da 113 Sul começou às 9h21 desta quarta-feira (2) e foi marcado por discursos incisivos de ambas as partes, defesa e acusação. A fala inicial ficou à cargo da acusação, feita pelo procurador Maurício Miranda e pelo promotor de justiça Marcelo Leite, representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Também proferiu palavras o assistente da acusação, o advogado Pedro Calmon.

Foi na fala dos advogados de defesa da ré que os ânimos se exaltaram e, com duas interrupções por parte do MPDFT, trocaram-se farpas entre as partes. A discordância começou após acusação de prevaricação do órgão distrital com relação à posição de Mabel Alves de Farias em Montalvânia (MG), quando Paulinho estava encarcerado. Prevaricação configura-se como crime no momento em que um órgão deixa de cumprir com suas obrigações a fim de favorecer ou omitir alguma parte do processo.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

O ataque foi embasado no depoimento dado por Geraldo Flávio de Macedo Soares, advogado na cidade mineira, na última quinta-feira (26). “Foi dito que a doutora Mabel pediu para a testemunha avisar a Paulinho que o crime foi de mando e que a pena era menor. Isso é crime e o Ministério Público prevaricou! Deveria ter investigado ou omitiu a testemunha em juízo”, disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay.

“O senhor vai ter que me respeitar. Quero questão de ordem porque o advogado disse expressamente que o Ministério Público prevaricou. Isso nós não vamos admitir no julgamento. O senhor me respeite”, bradou o promotor Marcelo Leite.

Repleto de audientes, o plenário precisou acrescentar mais 19 cadeiras para abarcar o máximo de pessoas que poderia. São 143 lugares ocupados por curiosos, advogados, amigos e familiares das vítimas. Do lado de fora, outras 145 senhas foram distribuídas.

Este é o décimo dia de julgamento em Júri Popular de Adriana Villela. A ré é acusada de encomendar a morte dos pais no dia 28 de agosto de 2009 no apartamento onde moravam, na 113 Sul. Há 10 anos o caso se desenrola na justiça. Até o momento foram presas três pessoas acusadas de assassinar o casal Guilherme e Maria Villela e a empregada da família, Francisca Nascimento. São eles Leonardo Campos Alves, Paulo Santana, conhecido como Paulinho, e Francisco Mairlon, que desde o início do processo se diz inocente.

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