Menu
Brasília

Campanhas combatem pobreza menstrual

As ações realizadas procuram promover o debate sobre a precariedade menstrual, indo além da distribuição de absorventes

Redação Jornal de Brasília

18/11/2021 18h21

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Luciana Costa
[email protected]

O movimento pela dignidade menstrual ganhou força no Distrito Federal. As mulheres dos segmentos governamental e empresarial têm se mobilizado em favor de todas em situação de vulnerabilidade social, que não possuem acesso aos recursos, infraestrutura e até conhecimento sobre menstruação. A principal ação do movimento é a distribuição gratuita de absorventes para aquelas que não tem condições de comprá-los.

A dificuldade de acesso aos produtos básicos obriga às mulheres adultas e adolescentes a improvisarem com pedaços de pano, roupas velhas, jornal e até miolo de pão. Algumas até conseguem absorventes descartáveis, mas não são suficientes para trocá-los na frequência adequada. De acordo com estudo da UNICEF, são 713 mil meninas que vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões que não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais, prejudicando diretamente os cuidados com a saúde íntima.

Os pequenos empreendimentos têm contribuído no dinamismo do movimento contra a pobreza menstrual. Exemplo disso é a escola de moda Fashion Campus: durante o mês de novembro e dezembro, recebe doações de itens de higiene pessoal dentro de bolsas de qualquer material a serem repassados para as brasilienses em situação de vulnerabilidade. Os itens podem ser levados para a sede da escola, no Venâncio Shopping, salas 505/507 – torre B50 – loja P24.

GDF trabalha pela dignidade feminina

São 150 mil absorventes arrecadados pela campanha “Dignidade Feminina – Da transformação de meninas a mulheres: mais cidadania e menos tabu”, liderada pela Secretaria de Justiça e Cidadania. A campanha promove a dignidade das adolescentes e mulheres, a partir do debate sobre a falta de recursos para cuidados íntimos durante o período menstrual, e principalmente, a doação de absorventes, roupas e demais produtos de higiene. A expectativa é atender cinco mil adolescentes até o fim do ano.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, avaliou que o principal impacto foi a ampliação do debate sobre a pobreza menstrual no DF. “Mais do que uma campanha, criamos um movimento que trouxe visibilidade a um assunto tão importante, mas que ainda é cercado de tabus e desinformação. E assim estamos chegando até as meninas que deixam de fazer suas atividades e até de frequentar a escola por falta de absorventes ou por se sentirem constrangidas com a menstruação”, reforçou.

Esta ação viabilizada pelo GDF integra a iniciativa privada local e a sociedade civil, que conta com três empresas parceiras na realização de rodas de conversas em escolas sobre saúde da mulher, pobreza menstrual, autoconhecimento, autoestima, e empoderamento feminino, além da capacitação de apoiadores e incentivo a doações.

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado