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Brasília

Brasilienses enfrentam chuva para prestar homenagens a entes que partiram

Sob o céu nublado, aqueles que foram aos cemitérios levaram velas e flores e fizeram orações nos sepulcros

Vítor Mendonça

02/11/2022 13h44

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Ainda que iniciado debaixo de chuva, o dia de finados desta quarta-feira (2) é marcado por muitos visitantes nos cemitérios do Distrito Federal. Sob o céu nublado, aqueles que foram prestar homenagens em memória aos entes e amigos levaram velas, flores e fizeram orações nos sepulcros.

Um deles, Marco Wanderlei, 49 anos, destaca que esta é uma data para reflexão sobre a vida e a morte, sobre aproveitar o tempo presente. Ele foi ao túmulo dos avós, que tiveram grande importância na infância e na trajetória de vida dele, conforme contou. “Hoje lembramos das pessoas que amamos e já partiram. É um dia muito importante para guardar na memória quem temos como referência”, disse.

Católico, o administrador conta que foi prestar homenagens acendendo velas também a amigos e a outros parentes que já partiram, como primos e tios. “Temos que carregar a mensagem de esperança de que a vida continua após a morte. Não é fácil, mas é preciso ter paciência, fé em Deus de que as coisas vão se acalmar aqui na Terra”, afirmou.

Daniel Silva e Ana Paula Oliveira, ambos de 43 anos, também separaram este feriado para visitar os parentes finados. Em frente ao túmulo dos pais e a avó de Daniel, os dois prestaram homenagens com flores e a organização da lápide. “É como se fôssemos visitá-los, conversando um pouco, deixando uma boa energia”, disse Ana, emocionada. Eles também costumam ir ao local no aniversário dos que partiram.

Daniel destaca que essa é uma maneira de expressar saudade. “Sempre lembramos deles, mas esse é um dia que tiramos para meus pais. Já amanhecemos pensando, passamos o dia lembrando, com o imaginário de que estamos passando esse momento com eles”, relatou.

A mãe de Daniel faleceu no ano passado, durante um dos momentos de pico da pandemia da covid-19. Apesar do vírus não ser a causa da morte, foi a dificuldade em achar tratamento adequado em hospitais, por falta de leitos em UTIs, que levaram a matriarca a falecer, em setembro de 2021.

“Não foi de covid em si, mas as consequências [da doença] aceleraram um pouco o processo. Ela sofreu uma queda, bateu a cabeça e chegou a ficar 30 dias esperando vaga”, apontou. Também católicos, ambos creem que, apesar do luto, este é um dia de exaltação à memória dos que partiram.

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