Com o prazer de criar e passar por um processo de criação de objetos, o brasiliense de 23 anos, Heitor Lobo, foi um dos brasileiros a ganhar o prêmio internacional de A’ Design Award & Competition 2019-2020. Formado em Design com habilitação em Projeto de Produto pela Universidade de Brasília (UnB) recentemente, em 2018, o jovem faturou o prêmio Gold na categoria Produtos e projetos de Iluminação. Ele apresentou o projeto Pluto, um abajur dinâmico com tripé, com duas inspirações: um telescópio e Plutão, planeta do sistema solar.
Segundo Heitor, professores da UnB deram apoio, mas o jovem decidiu se inscrever no A’ Design Award por conta própria. “Eu fiquei pasmo. Ganhar um prêmio desse nível tão cedo, logo depois de formar, era algo que eu sinceramente não esperava. Eu já sabia que tinha chances de ganhar algo em uma pré-classificação que o prêmio faz, mas não esperava tanto. Foi uma ótima notícia. Acho que se tem uma ficha para cair, ela ainda não caiu. Fico muito feliz, e isso com certeza vai me ajudar no futuro da minha carreira, além de me encorajar mais ainda, mas nada mudou no meu cotidiano. Vou continuar dando o meu melhor como fiz com o projeto da Pluto. Acho que esse prêmio reforça o caminho que eu estou seguindo”, comemora Heitor.
O produto, premiado no dia 30 de abril, foi fabricado por impressão 3D tipo FDM (modelagem de disposição de fusíveis, em inglês), com plástico PLA (poliácido láctico) reciclável e acabamento a base de água. O designer explica os motivos que caracterizam a luminária. “A Pluto tem uma forma bem dinâmica em relação às outras luminárias. Ela tem uma presença muito maior comparada a uma luminária de luz focada. Queria que ela fosse interessante mesmo desligada, como um design de decoração também”, explica.
A Pluto ganhou tanto reconhecimento no mercado que está à venda na internet. Uma startup de design de luminárias impressas em 3D da Califórnia (EUA) cedeu espaço para Heitor comercializar o produto. “Ela ficou disponível para venda no início de 2019. Eu desenvolvi o projeto com a equipe de engenheiros [da empresa] no segundo semestre de 2018. Infelizmente eles ainda não enviam para o Brasil. Projetamos e fizemos protótipos para garantir que a luz da Pluto fosse bem focada, e não diluída ou dispersa, para garantir um feixe de luz mais estreito. É uma lâmpada trocável de LED com dimmer (um variador de luminosidade)”, conta ele, que é autônomo.
Brasiliense ganha prêmio internacional de design
Fotos: divulgação/Gantri
“Minha rotina de produção não é tão diferente de um dia de trabalho, apesar de eu trabalhar em casa. Para se manter o ritmo é bom ter horários definidos, mesmo em home office. A empresa me ajuda a prototipar o design e o fabrica também. Daí eu ganho royalties em cima das vendas”, explica o jovem.
Perguntado sobre como pode resumir o início de carreira com essa conquista, Heitor segue aberto a sempre aprender.
“Se eu fosse resumir minha evolução, seria de aprendizado constante, em várias áreas. Seja renderização, fabricação digital. Eu gosto de aprender sobre como fabricar e criar novas ideias a partir de novos métodos”, reconhece.
O prêmio
A A’ Design Award & Competition é a premiação de maior prestígio e influência na área. O júri é composto por acadêmicos e profissionais do mercado. Desde a primeira edição, em 2012, até hoje, já foram condecorados mais de 6 mil designers. Assim como os demais vencedores das categorias, Heitor não poderia ir à festa de gala em Como, na Itália, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Das mais de 100 categorias, cada uma tem cinco níveis de condecoração: Platinum, Gold, Silver, Bronze e Iron. As inscrições são abertas para o mundo todo. Neste ano, o Brasil esteve entre os melhores. Tanto que, no total, 12 brasileiros de várias partes do país foram premiados.
