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Brasília

Brasília tem Semana Santa marcada por celebrações

“Este ano, graças a Deus, a maioria da comunidade pôde realizar a procissão de ramos nas ruas, como era de costume”, comenta

Mayra Dias

13/04/2022 18h12

Nascida aos pés da cruz, tendo sua primeira missa realizada no dia 3 de maio de 1957, Brasília é conhecida pela religiosidade desde seus primórdios. Durante a Semana Santa, contudo, tal fato pode ser visto com ainda mais intensidade, devido à quantidade de celebrações e devotos envolvidos nos festejos. Iniciada no domingo de Ramos e se estendendo até o domingo de Páscoa, cada um dos dias traz um momento importante na vida de Jesus Cristo e, por isso, a Semana Santa é considerada a maior, mais importante e mais sagrada data para os cristãos.

“Durante essa semana, nosso Senhor Jesus Cristo entra em Jerusalém, aclamado, mas, ao mesmo tempo, perseguido, julgado, condenado, levado à morte, crucificado e morre por amor a nós. Mas ele ressuscita dos mortos, e por isso celebramos a data com todo o amor do nosso coração”, explica o Padre Roger Araújo, da Arquidiocese de Brasília. Durante a Semana Santa, os cristãos relembram as ações e refletem sobre as mensagens deixadas por Jesus. Também é o tempo em que os cristãos aproveitam para renovarem sua fé e seu compromisso de viver conforme os ensinamentos de Cristo. Na religiosidade popular, é recomendado fazer o jejum de carne vermelha na quarta-feira de Cinzas, na sexta-feira Santa e nos quarenta dias que antecedem a Páscoa.

É justamente devido à sua importância, que a Semana Santa é marcada por muitos rituais que fazem referência a eventos importantes dos últimos momentos da vida de Jesus. Como explica o Padre Roger, a arquidiocese começa a comemoração da data com a missa de domingo de Ramos, onde todas as comunidades fazem a celebração da entrada de Jesus em Jerusalém. “Este ano, graças a Deus, a maioria da comunidade pôde realizar a procissão de ramos nas ruas, como era de costume”, comenta.

A atenção, contudo, se volta ao chamado ‘Tríduo Pascal’, que contempla a quinta-feira Santa, a sexta-feira Santa, e o sábado com o domingo que, juntos, representam um dia só. Esta quinta, desta forma, marca o início do Tríduo, e é um dia muito importante na Semana visto que, nesse dia, ocorreu a Última Ceia, em que Jesus e seus apóstolos comemoravam a Páscoa judaica.

“Na quinta-feira, a Arquidiocese de Brasília tem, de manhã, a chamada ‘Missa do Crisma’, onde o Bispo se reúne com todos os padres da Arquidiocese para renovarem as promessas sacerdotais e, ao mesmo tempo, abençoar os santos olhos do Crisma e dos enfermos”, esclarece o Padre Roger.

Na parte da noite, contudo, ele explica que, em todas as paróquias, se celebra a ‘Missa da Ceia do Senhor’, ou ‘Missa do Lava Pés’. É a ocasião onde Jesus Cristo instituiu o sacramento da eucaristia e lavou os pés de seus apóstolos como gesto de amor, humildade, serviço, doação e dedicação. “Essa cerimônia é realizada nas igrejas, e é a primeira vez que a faremos desde o início da pandemia”, pontua.

Já na sexta-feira, é dada a continuidade das celebrações através dos rituais de jejum e penitências. Essa data é também chamada Sexta-Feira da Paixão, já que, nesse dia, Jesus foi julgado, condenado e morto. O termo ‘Paixão’, neste caso, vem da palavra latina passio, que significa sofrimento. Neste dia, se recordam os momentos mais difíceis dos últimos dias de Cristo, dos quais fazem parte o caminho para o Calvário (Via Sacra) e a crucificação.

“O que chama atenção, é que a maioria das celebrações começam às 15h, em todas as paróquias. Boa parte delas fazem, nessa ocasião, a Via Sacra. Cada uma tem seu jeito próprio de realizá-la. Algumas fazem encenações, outras fazem orações com a comunidade carregando uma cruz”, esclarece o Padre da Arquidiocese.

A mais conhecida celebração da Via Sacra é, contudo, a que acontece no Morro da Capelinha, em Planaltina DF. Após dois anos de atividades interrompidas devido à pandemia, a encenação retorna ao seu espaço de origem, porém, com uma novidade. Ele ocorrerá em formato híbrido, e poderá ser assistido através do canal de Youtube do grupo Via Sacra.

No local, haverá um telão Led de 10×6 metros, que irá passar a teatralização do domingo de Ramos e Santa Ceia, a partir das 13h. A organização aguarda cerca de 100 mil pessoas ao longo do dia, além de mais cinco mil acompanhando o espetáculo de forma remota.

São 15 estações de cena e o momento mais esperado é o da ressurreição, quando, por efeitos especiais, o ator parece flutuar no ar. A organização reúne 1,4 mil participantes no elenco principal e figurantes voluntários. O evento é de fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa na ordem de R$ 800 mil, garante o evento que completa 50 anos em 2023.

“Será um momento de exaltação à fé e de renovar esperança na volta à normalidade. Nossas tradições religiosas e culturais permanecem inabaláveis e agora voltam com toda a energia, criando um clima de grande expectativa no segmento da economia criativa”, destaca o Secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

Partindo para sábado, a celebração é por conta da Vigília Pascal, que acontece no período da noite. Ela se estende até o domingo de Páscoa, onde se celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Nesta data, como explica o Padre, acontecem inúmeras missas, em todas as igrejas e centros religiosos da capital. “Os moradores daqui celebram com muita intensidade a Semana Santa.

As paróquias ficam cheias, repletas de pessoas que se voltam para o sacramento da confissão”, comenta o sacerdote. Como ele mesmo compartilha, nesta época do ano, os padres realizam os chamados ‘mutirões de confissão’, para atender a demanda de penitentes querendo se confessar.

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