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Brasília

Aumentam os casos de covid-19 no DF

Os dados mostram que a semana epidemiológica atual apresenta 1.967 de casos a mais que a semana anterior

Amanda Karolyne

22/02/2024 19h12

Foto: Secom-SC

Além da emergência de casos de dengue, o DF enfrenta o aumento de casos de covid-19. Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do DF, até dia 17 de fevereiro, foram 933.246 casos confirmados do coronavírus. Os dados mostram que a semana epidemiológica atual apresenta 1.967 de casos a mais que a semana anterior. Entre os dias 11 e 17 de fevereiro, 4 pessoas morreram com a doença.

Nos hospitais públicos e privados, as pessoas voltaram a usar máscara para se prevenir. Do número confirmado de casos, 917.953 já estão recuperados. Já 11.964 dos casos evoluíram para óbito. Das quatro pessoas que morreram com a doença em fevereiro, duas eram do grupo de imunossuprimidas e uma apresentava outra comorbidade.

O estudante Carlos Eduardo Pontes Cardoso, 15 anos, está com sintomas de COVID-19, e procurou a rede pública de saúde para poder fazer o teste e ver se está novamente com a doença. “Estou com dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos e nariz congestionado”. Ao ser questionado se pode ser dengue, ele contou que a médica descartou o vírus Aedes Aegypti.

Na foto o estudante Carlos Eduardo Pontes Cardoso no Centro de Saúde de Ceilândia

Ele acredita que foi depois desse feriado de carnaval que começaram os sintomas de COVID-19. “É a segunda vez que eu estou com covid, e eu já sou vacinado, com todas as doses”. Em casa, só ele pegou a doença, então a avó e os parentes sempre estão de máscara e se cuidando. “Agora é cuidar, tomar os medicamentos e ficar em casa”. Ele não conseguiu fazer o teste para confirmar se está com o vírus, mas vai tentar novamente na sexta-feira.

O valor da taxa de transmissão do coronavírus no DF atualmente é de 1,41. O que significa que 100 pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras 141 pessoas. O doutor Manoel Palácios, infectologista do Hospital Anchieta, afirma que esse índice não demonstrava um aumento significativo desde 2022, quando chegou a 1,88. O valor máximo registrado foi de 2,61 em 2020, no meio da primeira onda da pandemia. “E o que pode explicar o aumento do número de casos, primeiro podem ser as variantes do vírus. Pode ser que esse surgimento da circulação de novas variantes do SARS-CoV-2, que é o nome do vírus, podem ser mais transmissíveis ou potencialmente mais virulentos”.

Ele aponta que o relaxamento nas medidas de prevenção contra o vírus, é um ponto forte na contribuição para esses casos subirem novamente. “Isso quer dizer que com o passar do tempo, aconteceu uma redução da adição das medidas preventivas, como o uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos, principalmente em eventos recentes como o carnaval, onde praticamente ninguém aderiu a essas medidas”, destaca. Ele salienta que a cobertura vacinal incompleta é outro ponto chave para entender o que está acontecendo.

Ele aponta que após períodos de grandes aglomerações, como o caso do carnaval, é comum que os casos aumentem, assim como ocorrem os casos de síndromes gripais. “Isto também se deve tanto ao vírus de influenza, quanto a outros vírus respiratórios que também circulam no Distrito Federal”.

O especialista acredita que nas próximas semanas pode-se esperar um aumento nos casos notificados, o que poderá levar a um aumento subsequente das hospitalizações. “Mas, por enquanto, ainda não supera o número de internações por dengue, por exemplo”. O número de hospitalizações, e provavelmente de óbitos, seria mais em grupos vulneráveis, ou grupos que não estejam totalmente vacinados, ou que tenham algumas comorbidades que poderiam piorar o prognóstico desses pacientes.

Logo, o que deve ser feito é a intensificação da vacinação contra o vírus. “Nos temos um grupo, ainda que pequeno, que ainda não vacinou para a Covid, ou que vacinou só com duas ou três doses e não fez os reforços que são oferecidos anualmente”. Para o doutor, é preciso incluir doses de reforço cruciais para aumentar a imunidade da população, especialmente entre os mais vulneráveis.

E para além das medidas de prevenção e intensificação das doses de vacina, Manoel salienta que as medidas de testagem e rastreamento de contatos, são essenciais para identificar casos precocemente. “O que pode ajudar a controlar os surtos antes de que esses se espalhem”.

Para finalizar, ele acredita ser necessário reforçar a informação e educação da população, ao gerar campanhas de para ajudar a combater a fadiga das medidas preventivas e a intensificação vacinal, reforçando a importância de seguir as diretrizes de saúde pública. E ainda, a preparação do sistema de saúde para garantir que ele esteja preparado para um possível aumento de casos. “Isso é logicamente ter mais leitos de equipamentos e profissionais de saúde disponíveis”.

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