Ana Paula Andreolla
A audiência do triplo homicídio ocorrido na 113 Sul, marcada para esta segunda-feira (15), foi adiada pela segunda vez, a pedido do advogado de defesa da arquiteta Adriana Villela. Ela é acusada de ser a mandante do assassinato de seus pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, sua mulher, a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a principal empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva. Eles foram mortos em 28 de agosto de 2009 no apartamento onde moravam, o Bloco C da quadra 113 Sul, com 73 facadas.
Adriana aguarda a audiência em liberdade, mas os outros três suspeitos de terem executado o crime, supostamente a mando da arquiteta, o ex-porteiro Leonardo Campos Alves, seu sobrinho Paulo Cardoso Santana, assassinos confessos, e um suposto comparsa, Francisco Aguiar, estão presos desde o ano passado.
Dessa vez, a defesa alegou que ainda não teve acesso a todos os autos do processo. Entre os documentos que estariam faltando há a transcrição de um depoimento de Leonardo, em que este afirmaria ter feito contato telefônico com Adriana entre 1º e 2 de agosto de 2009. “Nós temos como provar que o Leonardo está mentindo nisso. Adriana não ligou para o Leonardo nesses dias, nem em nenhum outro. Mas precisamos desse laudo para provar que ele está mentindo”, explicou o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. “Não temos interesse nenhum em adiar a audiência, até porque o processo, por si só, já é uma condenação para a Adriana. No entanto, ter acesso a todos os documentos e provas é um direito nosso, e não podemos abrir mão disso”, completa.
Na primeira vez que a audiência foi adiada, em maio, a defesa fez uma lista de documentos que estariam faltando no inquérito, que já tem mais de seis mil páginas. Muitos tratavam-se de relatórios de diligências ou de pedidos feitos pela Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), que acusa a arquiteta.