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Brasília

“Ataque de hackers no GDF foi tão grave quanto no Governo Federal”, diz secretário

Sem detalhamento, investigação segue em sigilo. A Secretária de Economia recolocou o sistema do GDF no ar nesta quinta-feira

Redação Jornal de Brasília

06/11/2020 15h35

Cezar Camilo e Guilherme Gomes
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O Governo do Distrito Federal (GDF) concedeu, nesta sexta-feira (6), uma entrevista coletiva para esclarecer o ataque hacker que o sistema do governo sofreu ontem (5). Estavam presentes o secretário de Economia, André Clemente, o subsecretário de Tecnologia da Secretaria de Economia, Francisco Paulo Soares e o delegado-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da PCDF, Giancarlo Zuliani.

Primeiramente, o secretário de Economia, André Clemente explicou as consequências da tentativa de invasão do sistema. “A tecnologia permeia todas as políticas públicas e áreas de governo. Esse ataque colocou em cheque regulação de UTI, pagamentos de contas, tudo para a vida em sociedade”.

O subsecretário de Tecnologia da Secretaria de Economia, Francisco Paulo Soares informou que o GDF mantém contato diário com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos e graças a isso conseguiram controlar a invasão rapidamente.

“Fomos alertados na terça que poderia haver um ataque em massa, não aconteceu na proporção que esperávamos […] Na quinta de manhã detectamos uma atividade incomum, identificamos que estávamos sendo atacados e acionamos o comitê de crise. O comitê desligou todos os sistemas principais e outros sistemas ficaram ligados, serviram como “isca” para a identificação do autor”, explicou Francisco Paulo Soares.

Uma parte do ambiente ficou ativa como isca para os invasores e outra parte foi totalmente isolada. “Por isso tivemos tanto êxito nos levantamentos de recurso para entregar a polícia para continuar a investigação”, continuou o subsecretário da pasta.

Em 2017, o GDF unificou todos os seus sistemas de servidores digitais para prevenir novos ataques. Isso significa que existe um núcleo de operações para os sistemas digitalizados no Governo do Distrito Federal – a solução imediata é vinculada a resposta rápida dos agentes públicos.

Proteção de dados

O Delegado-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da PCDF, Giancarlo Zuliani afirmou que a polícia foi informada da possibilidade de ataque e ficaram de prontidão. “Nenhum dado foi roubado e a investigação está em curso”, disse.

O Delegado classificou o “ataque” como uma tentativa de invasão e lembrou que o GDF juntamente com a polícia agiram rápido para não terem maiores consequências.

Ainda não há detalhamento da investigação para não comprometer as informações, ela segue em sigilo. Segundo o delegado-chefe Giancarlo Zuliani, o tempo entre a invasão e a resposta da equipe dos órgãos não deu tempo para qualquer prejuízo às informações públicas.

“O cidadão pode ficar 100% tranquilo”, disse o o subsecretário de Tecnologia da Secretaria de Economia Francisco Paulo Soares, quando perguntado sobre a possibilidade do roubo de dados da população.

Volta dos serviços

“Priorizamos os serviços que a população mais usa. Então restabelecemos primeiro o serviços de saúde e educação”, disse o subsecretário de Tecnologia da Secretaria de Economia, Francisco Paulo Soares

O subsecretário tranquilizou a população e disse que o sistema já está sendo normalizado. “Nessa madrugada conseguimos proteger todo nosso ambiente e por volta das 8 da manhã restabelecemos os sistemas […] No início dessa tarde reativamos nosso sistema de arrecadação, a previsão é que até as 18hrs todos os sistemas voltaram a funcionar normalmente”, afirmou.

André Clemente, secretário de Economia do GDF, disse que os sistemas fazendários ainda não voltaram por motivos estratégicos.

Os representantes do GDF lembram que a população já pode ter acesso aos portais afetados pela ameaça virtual. ”Todos os serviços estão disponíveis no portal da Economia 100% digitalizados”, disse o subsecretario.

Vírus Ransonware

De acordo com o Delegado Giancarlo Zuliani, o hacker utilizou o sistema Ransonware, que tem mais de 600 variedades e é usado no mundo todo para invasões de sistemas.

“O GDF está se preparando para enfrentar esse ataque que tem mais de 600 variedades. Temos várias ocorrências de clínicas, escritórios de advocacia que foram atacados com esse vírus”, explicou o delegado.

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