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Brasília

Apreensão toma conta da família de homem desaparecido

Moradores do Jardim Ingá informaram que Charleston Weston teria sido brutalmente assassinado. Ele está desaparecido há mais de 30 dias

Redação Jornal de Brasília

16/12/2021 11h17

Foto: divulgação

Tereza Neuberger
[email protected]

“A gente só quer o corpo do meu irmão para poder enterrar, minha mãe está sofrendo muito.” É o que implora José Edson de Menezes, de 45 anos, irmão mais velho do caminhoneiro desaparecido Charleston Weston de Menezes, de 40 anos. De acordo com familiares da vítima, Charleston Weston teria sido brutalmente assassinado por traficantes da região do Jardim Ingá (GO), no Entorno do Distrito Federal. Eles teriam provas de uma pessoa próxima aos suspeitos comentando sobre a suposta emboscada contra Charleston.

O pai de Charleston, o aposentado José Cavalcante de Menezes, de 76 anos, havia adquirido recentemente uma chácara no setor de chácaras Marajoara, localizado entre Brasília e Luziânia (GO). O local foi assaltado mais de uma vez. Para tentar inibir a ação dos criminosos, os filhos resolveram se revezar para ficar na chácara. Além disso, havia na propriedade uma pistola modelo G2C 9mm, registrada pelo pai de Charleston, dono da arma, e dois cães da raça Pit Bull.

Charleston Weston morava com os pais no Recanto das Emas, e foi designado para cuidar da propriedade da família por um período. No dia 10 de novembro, o pai de Charleston foi até a propriedade. Ao chegar no local, não viu o filho e foi o primeiro a ser informado do suposto assassinato do filho por um vizinho.

Chácara no setor de chácaras Marajoara, localizado entre Brasília e Luziânia (GO)

O provável assassino recebeu a ligação de um eletricista, que já trabalhou na propriedade da família de Charleston após um dos roubos em que furtaram parte da fiação elétrica. O eletricista mora há muitos anos na região e recebeu a informação de que traficantes locais haviam tirado a vida de Charleston. O trabalhador não teria conseguido entrar em contato com os familiares do desaparecido, então informou ao vizinho da propriedade.

“Vem aqui dar uma força para o seu pai porque mataram seu irmão”, disse o vizinho disse ao telefone para Edson, que, imediatamente, foi até a região para apoiar o pai e tentar saber o que teria acontecido com o irmão. No local, Edson constatou que, além do irmão, a arma registrada pelo pai, também havia desaparecido. Passaram-se mais de 30 dias do desaparecimento e nem Charleston nem a arma foram encontrados.

Suspeita de assassinato brutal

Charleston Weston de Menezes é o caçula de cinco irmãos. Sua família procurou a polícia assim que foi constatado o desaparecimento de Charleston. O caso está sendo investigado pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Luziânia.


Os familiares de Charleston resolveram investigar por contra própria o que teria de fato acontecido com ele, eles colheram provas sobre um suposto assassinato incluindo indicação de suspeitos e encontraram até uma suposta localização de onde estaria o corpo. O irmão da vítima, afirmou que as provas colhidas foram levadas até o GIH de Luziânia, porém se queixa de que a polícia está negligenciando o caso do seu irmão. “Nós não queremos agir com as próprias mãos, não queremos agir com a própria força”, afirmou Edson.


De acordo com Edson, o irmão assassinado buscava saber quem teria assaltado a propriedade e traficantes da região se aproveitaram do fato para se aproximar de Charleston. Edson descobriu que Charleston estaria se envolvendo com uma mulher na região, onde teriam encontrado, após o desaparecimento, a bicicleta usada por Charleston.

A mulher em questão contou a Edson que no dia do desaparecimento, Charleston estaria na companhia desses traficantes. Ela contou ainda que Charleston teria entrado em um Chevette preto que pertence a um dos traficantes conhecidos na região. A mulher teria dito que iria junto com Charleston, porém um dos homens a bordo do veículo teria dito a ela: “Se você entrar nesse carro aí você não vai voltar mais.”

O genro da mulher com Charleston estaria se envolvendo contou a Edson que sabia desde cedo que os traficantes da região estariam armando uma emboscada para Charleston.

O Jornal de Brasília teve acesso com exclusividade há uma gravação em que uma mulher que morava com os suspeitos relata o que teria acontecido com Charleston. Na gravação ela conta que Charleston teria dito “Qual foi? Vai me deixar aqui, velho?”, e tentado correr atrás do Chevette preto em movimento. Em seguida, ela narra que veio uma sequência de tiros.

Confira a gravação.

De acordo com a moça, quebraram as pernas de Charleston com um picareta para caber no local onde os suspeitos teriam escondido o corpo. Com todas essas informações, a família de Charleston tem certeza de que ele foi assassinado e clama para que a polícia encontre ao menos o corpo. O irmão de Charleston acrescenta que a mãe, a aposentada Francisca Nira Pereira de Menezes, de 78 anos, já não dorme mais a noite pensando no filho.

Segundo um agente do Grupo de Investigação de Homicídios de Luziânia, que preferiu não se identificar, várias oitivas foram realizadas desde o desaparecimento de Charleston. Também foi feita a varredura nos locais onde possivelmente estaria o corpo, inclusive com a presença de cães farejadores e uso de drones. Ele afirma que sente muito pela angústia da família, mas ressalta que a Polícia Civil de Goiás fez o que foi possível.

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