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Brasília

Após manifestação, ativistas do Greenpeace prestam depoimento

Os ativistas estão na delegacia com cartazes e dizeres anteriormente levados ao protesto desta manhã. “Brasil manchado de óleo” e “Pátria queimada Brasil”

Aline Rocha

23/10/2019 16h36

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Vítor Mendonça
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Vinte ativistas do Greenpeace que manifestavam de forma pacífica em frente ao Palácio do Planalto foram detidos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e encaminhados de forma concensual para a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) na manhã desta quarta-feira (23), em Brasília.

A alegação inicial da PMDF para as apreensões é contraditória ao que se pretende o movimento da organização, de pautas ambientais. De acordo com a corporação, a ação se deu pela possível infração da Lei n° 9.605/98, que dispõe sobre atividades de alguma forma lesivas ao meio ambiente. De acordo com a Lei, são observadas prováveis consequências para a saúde pública e para o meio ambiente. As sanções são penais e administrativas.

“Acho que o governo deveria se aplicar essa lei”, afirmou o porta-voz de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, Thiago Almeida. “Lembrando que nosso material é não-tóxico e sai na água, diferentemente do petróleo que o governo não consegue combater”, completou.

De acordo com o ativista, o líquido preto despejado no asfalto em frente ao Palácio do Planalto é um material orgânico composto por maisena, tapioca, óleo de amêndoa e corante de bolo, que gera a tonalidade preta. “É inclusive o material que a gente passa no próprio corpo em algumas atividades”, disse Thiago.

Os vinte ativistas estão dentro da delegacia com cartazes e dizeres anteriormente levados ao protesto desta manhã. “Brasil manchado de óleo” e “Pátria queimada Brasil” são algumas das frases dispostas nas faixas, estendidas no chão da 5ª DP.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

O policial militar 1° Tenente Faleiros afirmou, na unidade de delegacia, que os policiais receberam a orientação de levar os manifestantes à 5ª DP para “fins de qualificação” de possíveis crimes.

“Quando a gente foi chamado para o local, os manifestantes atearam um líquido muito semelhante a óleo, então cogitamos um intento de incêndio ali no Palácio, que não foi confirmado”, afirmou o oficial. “Diante da situação resolvemos trazê-los a fim do delegado analisar se houve algum delito”, completou.

Manifestação

Ativistas da Bahia, São Paulo, Distrito Federal e outras regiões do país se reuniram em frente ao Palácio do Planalto para protestar contra o derramamento de óleo nas praias brasileiras. Até o momento, cerca de 200 foram atingidas. De acordo com o porta-voz, o protesto acontece de maneira pacífica da parte do Greenpeace.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

“A gente veio aqui justamente para expor e denunciar o que o governo vem fazendo, e as consequências já são vistas, desde aumento do desmatamento, invasão de terras indígenas, queimadas na Amazônia e a ação insuficiente e ineficaz do governo no combate às manchas de óleo”, afirmou Thiago Almeida.

A investigação ainda aguarda a perícia sobre o material utilizado pelos manifestantes. Grades e asfalto do Palácio do Planalto foram sujados em decorrência do protesto no local. Os ativistas permanecem na 5ª DP até resolução completa do caso.

Confira imagens dos resquícios da manifestação: 

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