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Brasília

Após denuncia do JBr, MPDFT determina que PCDF apure fraude no Sindicato dos Artistas do DF

Apesar de o sindicato possuir mais de 600 artistas sindicalizados, no dia do sufrágio havia um número ínfimo de votantes

Ary Filgueira

12/01/2022 11h41

MPDFT

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) determinou à Polícia Civil (PCDF) que instaure inquérito para apurar denúncia de fraude na eleição para a Presidência do Sindicato dos Artistas do DF (Sated DF).

O caso foi revelado pelo Jornal de Brasília. Um das denúncias lança suspeita à condução do processo eleitoral ocorrido em abril de 2020. Apesar de o sindicato possuir mais de 600 artistas sindicalizados, no dia do sufrágio havia um número ínfimo de votantes.

Mas o mais grave foi revelado por um integrante na chapa vencedora que afirmou não ter se inscrito em chapa alguma e, mesmo assim, seu nome constar como ocupante de um dos cargos de suplência.

O autor dessa denúncia é nada menos que o presidente da Fundação Brasileira de Teatro, Gilberto Figueredo Rios Filho. No dia 30 de novembro, Gilberto divulgou uma carta rechaçando qualquer afirmação de que havia participado da eleição dessa nova diretoria do Sated. “Não estive presente nas eleições nem da forma presencial e nem da forma virtual”, atestou ele.

Segundo ele, foi uma surpresa saber que seu nome constava na ata da votação como integrante da chapa vencedora. “Neste período, eu me encontrava em Quarentena na cidade de Foz do Iguaçu (PR)”, acrescentou ele.

O documento é datado de 22 de abril de 2020 e está descrito como “Ata Geral de Eleição e Apuração”. Na ocasião, o presidente da mesa era Marco Aurélio Gonçalves. Descrito como “ilustre advogado”.

Aurélio teria sido o responsável pela checagem da urna e contagem dos votos. Ele parece não ter tido muito trabalho no dia, pois dos 606 associados, que conta com nomes famosos, como o do artista renomado Murilo Grossi, apenas 15 se encontravam em condições de votar.

Mesmo assim, somente 10 se apresentaram na votação. “(…) e votaram em favor da chapa única”, atestava a ata. “Não houve votos nulos ou qualquer protesto ou anormalidade no período dos trabalhos eleitorais de apuração”, encerrava o documento.

A chapa ficou assim: a Diretoria Efetiva foi composta de Antônio Arlindo da Cunha, Valmir Ferreira Lima e Liberalino Reis de Oliveira. Já como suplente de Diretoria surgia o nome de Gilberto Rios. Mesmo sem ele ter sequer ficado sabendo.

“Declaro também que nunca recebi uma convocatória desta reunião e que não assinei nenhum documento neste sentido e se existe alguma assinatura que se faça apuração criminal e que no mês de agosto da minha estadia propus ao Sated a Banca de Capacitação Profissional na região deste Sated em função da necessidade do projeto da FBT, banca está que foi elaborada por uma parceria indicada do Paraná”, desabafou Rio, ainda na declaração por escrito.
Reiteradas vezes, nossa equipe entrou em contato com o presidente do eleito Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões do Distrito Federal, da Região Integrada do Distrito Federal e Entorno e dos Estados do Tocantins, Pará e Mato-Grosso, (Sated-DF), Antônio Arlindo da Cunha, mas ele não quis se manifestar sobre essas acusações.

Uma vez iniciado, o inquérito terá um prazo de até 90 dias para ser concluído, podendo ser ampliado, caso haja necessidade. Em seguida, ele faz o caminho inverso, ou seja, é devolvido à Promotoria do MPDFT para análise.

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