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Brasília

Após 60 anos, lixão da Estrutural é fechado definitivamente

Arquivo Geral

20/01/2018 11h34

Myke Sena

As portas do aterro controlado do Jóquei, conhecido como lixão da Estrutural, foram trancadas na manhã deste sábado (20). “Viramos essa página vergonhosa da história da nossa cidade”, disse Rollemberg, durante o ato simbólico, acompanhado pela diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos, que marcou o encerramento das atividades do segundo maior depósito lixo a céu aberto do mundo.

Com o mesmo tom da entrevista concedida ontem, Rollemberg definiu o momento como um salto civilizatório para Brasília e para o País e destacou que a medida, tomada de maneira correta, cumpre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com o fechamento do lixão, o Aterro Sanitário de Brasília entra em pleno funcionamento. “É uma etapa fundamental para que possamos receber resíduos de forma adequada, protegendo o meio ambiente e as pessoas”, ressaltou o governador.

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A desativação do aterro controlado do Jóquei ocorre após quase 60 anos. Com 201 hectares, a área está próximo ao Parque Nacional de Brasília e a cerca de 20 quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

Agora, o lugar ficará restrito para o descarte de resíduos da construção civil. Pelos próximos dias, esse tipo de material deve ser destinado aos distritos rodoviários do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), para posteriormente seguirem à área do já extinto lixão.

Catadores trabalharão em galpões de triagem

Como parte da série de ações que integram o processo de fechamento, oito organizações de catadores de material reciclável foram selecionadas para trabalhar nos galpões de triagem alugados pelo GDF. Os cinco galpões ficam nos Setores de Indústria e Abastecimento (SIA) e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (Saan) e em Ceilândia.

Devido à redução da demanda de resíduos com a desativação do aterro controlado, os trabalhadores receberão uma compensação financeira temporária de R$ 360,75. Além do que receberão pela venda do material reciclável, o governo pagará às cooperativas até R$ 350 por tonelada triada.

As remunerações serão de R$ 250 (para aproveitamento de até 40% dos resíduos separados); de R$ 300 (de 40% a 70%); e de R$ 350 (para mais de 70%).

“Por isso podemos hoje fechar o lixão em paz, com a valorização dessa profissão tão importante do ponto de vista ambiental, que é o catador de material reciclável”, avaliou o governador. “Daremos condições de trabalho digna para que essas pessoas possam desenvolver a atividade da melhor forma possível.”

A inclusão dos catadores também abrange a contratação de cooperativas para prestar serviços de coleta seletiva. Esse modelo é adotado desde maio de 2015, quando quatro grupos de catadores assumiram o trabalho em quatro regiões. Na terça (16), mais sete cooperativas assinaram contratos para prestar serviços de coleta seletiva em dez regiões do DF.

“Vamos viver um novo tempo de produção e de cuidado com os resíduos”, defendeu Rollemberg, que reforçou a necessidade de a população estar atenta à coleta seletiva.

Além disso, 900 catadores de material reciclável também atuam como agentes de cidadania ambiental. Eles são multiplicadores de informações sobre gestão e educação ambiental e sustentável e têm direito a bolsa mensal de R$ 300.

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