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Brasília

Lixão da Estrutural será desativado neste sábado (20)

Arquivo Geral

19/01/2018 19h32

João Stangherlin

Ana Clara Arantes
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No último dia de funcionamento do Lixão da Estrutural – o maior depósito de lixo a céu aberto da América Latina -, o governador Rodrigo Rollemberg cedeu entrevista coletiva no Aterro Sanitário de Brasília, que passará a operar na sua totalidade a partir deste sábado (20). “Esse é um dos projetos considerados estratégicos pelo governo de Brasília devido sua importância. Estamos nos aproximando de um momento muito aguardado pela população. Não podíamos conviver em plena capital do País com o lixão a céu aberto, onde muitos arriscavam suas vidas trabalhando lá”, declarou.

Com o encerramento das atividades, que ocorre após quase 60 anos, o lixo doméstico irá para o Aterro Sanitário em Samambaia – inaugurado em 17 de janeiro de 2017, com vida útil estimada em 13 anos -, e o que estiver no lixão será coberto de terra e compactado. O lixo reciclável vai para os galpões dos catadores. Diferente do que ocorre hoje: das 2,7 mil toneladas de lixo no DF, 900 toneladas vão para o aterro, e 1,8 mil, para o lixão.

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“Não podíamos conviver com uma ferida aberta como o lixão da Estrutural, onde seres humanos buscavam sustento de forma indigna, colocando a vida em risco; isso será parte do passado desta cidade a partir de amanhã”, disse Rollemberg, ao afirmar que a ação trata-se de um momento histórico e ocorre em diálogo com os catadores de material reciclável.

O objetivo inicial era ter feito a desativação no segundo semestre do ano passado, mas, de comum acordo com cooperativas de catadores, decidiram que o projeto deveria ser adiado para dar tempo de chegar os equipamentos que compõe os galpões. Além disso, receberam uma reivindicação dos catadores de que o valor proposto para o pagamento de resíduos separados, de R$ 92, não implicaria em uma renda justa aos mesmos. Assim, o governo garantiu que o valor pago às cooperativas por tonelada de resíduos triada, passaria para R$ 300, em média.

Rollemberg visitou o Aterro Sanitário de Brasília nesta sexta. Foto: João Stangherlin

Além do valor pago por tonelada de material recolhido, os catadores recebem uma bolsa de capacitação no valor de R$ 300 e uma bolsa de compensação financeira, destinada a 1.200 catadores, no valor de R$ 360, e também o valor da venda do material separado, o que, segundo o governador, gerará uma renda média de R$ 1.300 por catador, com uma carga horária de 4 a 6 horas por dia, durante cinco dias por semana.

Há dois anos, o governo contratou quatro cooperativas de catadores para fazer a coleta seletiva em cinco regiões do Distrito Federal. Atualmente, já são 22 cooperativas com 28 contratos de triagem e coleta seletiva. São 11 cooperativas fazendo a coleta em 15 cidades do DF e 17 fazendo triagem. “A capital tem coleta seletiva que atende 28 regiões administrativas e 70% da população. Até o final do governo, vamos atingir 100% da zona urbana do DF”, prometeu.

Com o lixão desativado, o governo vai estabelecer a destinação do terreno. “Vamos contratar estudos para isso. O espaço vai continuar recebendo os resíduos da construção civil até concluirmos as licitações para as áreas de triagem desses materiais”, completou o governador.

Agefis apreenderá veículos que descartarem lixo em locais inadequados

Rollemberg ainda chama atenção para uma novidade: foi publicado no Diário Oficial do DF desta sexta-feira (19) um decreto colocando a Agefis no Sistema Nacional de Meio Ambiente. O que quer dizer que ela poderá apreender caminhões que descartarem lixo e entulho em locais inadequados. “Isso contribuirá muito para a limpeza da cidade”, defendeu o governador. A partir de agora, haverá também licitações para reciclagem e triagem de resíduos da construção civil. “Estamos dando um salto civilizatório e tirando catadores de uma situação indigna”, ponderou.

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