Rosana Jesus
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Com muito bom humor e no pique de quem está na flor da idade, Ângelo Cartojane, de 69 anos, vai correr a Supermaratona, que ocorre em Rio Grande (RS). Acostumado a superar as provas de longa distância, desta vez a missão é fazer o melhor tempo no trajeto de 50km. O corredor sai de Brasília hoje para se preparar melhor no próprio local da prova.
“Corro há 39 anos e esse exercício faz parte da minha vida. Se algum dia alguém falar que não posso mais correr, eu morro”, diz Ângelo, que mora e treina diariamente no Riacho Fundo I.
Saiba mais
- A meta de Ângelo para a prova em Rio Grande-RS é terminar em primeiro de sua categoria (65 a 69 anos). Para isso ocorrer, ele projeta terminar a corrida com um tempo de 4 horas e meia ou menos.
- A tarefa é complicada, já que o recorde da prova foi estabelecido em 2009, com José Pereira da Silva. O corredor de elite terminou os 50km em quase três horas: 02:48:05.
- A maior dificuldade da competição é justamente nos quilômetros finais. Os últimos 10km são na areia.
Além de provas de 100km e maratonas Brasil afora, todos os anos Ângelo viaja para a corrida de São Silvestre, em São Paulo. Segundo ele, a atividade faz parte de um ritual de vida. “Faço a inscrição assim que começa a ser divulgada, sempre nas categorias mais leves, mas nunca deixei de correr”, ressalta o aposentado. “Eu peço para os amigos me ajudarem na passagem e na alimentação, quando dá, fico no hotel, mas às vezes, nos alojamentos”, completa o atleta.
Desde o ano passado, o corredor passou a carregar um novo motivo em suas provas: homenagear a esposa. Ele se emociona quando lembra de Edite, que morreu em novembro de 2016, e era sua melhor amiga. “Ela se foi faltando um mês para a corrida (de São Silvestre), mas como eu já havia feito a inscrição, preferi não voltar atrás. Na hora da prova, eu não sabia se chorava ou corria, porque só sabia lembrar do meu amor”, lembra Ângelo, que chegou a chorar ao telefone.
O maratonista começou ainda jovem, correndo 10 km. Com o passar do tempo foi avançando de 15km para 21km, depois 42km, 50km e até 100km. “Hoje, eu consigo fazer o percurso de 10km em 40 minutos, se eu tento fazer em menos, fico para trás e como poeira (risos)”, diverte-se.