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Brasília

Ano letivo da rede pública começa no DF

Voltando a ser como era antes da pandemia, as aulas serão 100% presenciais e terão cinco horas de duração diárias

Redação Jornal de Brasília

07/02/2022 18h25

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por Gabriel de Sousa
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Foi iniciado ontem o ano letivo da rede pública de ensino do Distrito Federal. Os profissionais da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE/DF), irão se reunir ao longo desta semana para realizar a semana pedagógica, que pretende organizar a recepção aos estudantes, que irão para as escolas no dia 14 de fevereiro.

Além disso, os professores terão o desafio de planejar as aulas, que pela primeira vez desde 2019, serão feitas de forma tradicional, com cinco horas diárias e com 100% de presença. O ano letivo da rede pública regular terá 200 dias obrigatórios, e terá o seu fim no dia 22 de dezembro de 2022. O primeiro semestre dos alunos dos Centros Interescolares de Línguas (CIL’s) começará no dia 21 de fevereiro.

Desde o final do último ano letivo, o planejamento da Secretaria de Educação foi a de realizar o calendário escolar de 2022 no formato tradicional. Na tentativa de ampliar a segurança nas escolas da capital federal, nesta semana, a pasta fez uma parceria com a Secretaria de Saúde, que ampliou os pontos de vacinação para a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

Ao todo, foram preparados novos 21 postos para o atendimento dos pequenos. “Não vai faltar vacina. Hoje, temos outras UBSs dedicadas a apoiar a vacinação dos escolares, inclusive para preparar para que eles tenham um retorno para a aula presencial de maneira segura”, disse a subsecretária de Atenção à Saúde, Paula Lawall, durante uma entrevista na última sexta-feira (4).

Até esta segunda-feira, um terço da população de 5 a 11 anos do Distrito Federal já tinham recebido a primeira dose da vacina pediátrica. Segundo os dados do Vacinômetro, das 268.208 crianças que vivem na capital federal, 81 mil já estão com a caderneta preenchida. O número equivale a 31% do público-alvo da campanha de imunização. O DF é a segunda unidade federativa que mais vacinou essa faixa etária, atrás apenas do estado de São Paulo.

Escolas pretendem reforçar o emocional dos professores

De acordo com Cláudia Benito, chefe da Unidade Regional de Educação Básica (UNIEB), de Brazlândia, uma das principais atividades que serão realizadas na semana pedagógica consiste na preparação emocional dos professores. “A gente acredita que o profissional que volta com essa visão, querendo ter o seu trabalho, querendo entrar de cabeça, tendo expectativas. Isso é muito importante”, explica.

Para ela, o cuidado psicológico é muito importante para os educadores, que tiveram que passar por muitos momentos desafiadores durante a pandemia de covid-19, como por exemplo, a aplicação do ensino remoto e o retorno presencial às escolas: “Todo mundo está vindo de um tempo difícil, de lutos e de transformações muito intensas”.

Cláudia diz que os estudantes necessitam do retorno 100% presencial, que segundo ela, beneficia tanto os professores quanto os estudantes, que foram em suas palavras, prejudicados pela distância das salas de aula.

Perguntada sobre os números da vacinação infantil, a chefe do UNIEB argumenta que o número ainda é muito baixo, mas diz que acredita que os brasilienses irão levar seus filhos para os postos de vacina. “A vacinação é muito importante, e a gente espera que os pais repensem. As vacinas sempre foram importantes, e é com ela que teremos mais tranquilidade para o retorno para as salas de aula”, conclui a educadora.

Sindicato dos Professores diz que volta às aulas está comprometida

Em um texto publicado nos seus meios de comunicação, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO/DF), pôs à tona uma série de dúvidas acerca do ano letivo 100% presencial.

A sindicância alega que tenta estabelecer um contato com o GDF, para estabelecer a organização da volta dos estudantes, porém, não vem sendo atendido pelo governo distrital. “Com isso, a volta às aulas está comprometida tanto na perspectiva organizativa como pedagógica”, afirma o Sinpro.

Segundo o Sindicato, o retorno ao trabalho dos profissionais da Educação “se dá num ambiente de insegurança e apreensão”. Como argumento, a organização afirma que os números atuais do coronavírus no DF põe em risco o retorno das atividades das escolas públicas com a total presencialidade dos estudantes.´[

A coordenadora do Sindicato, Rosilene Corrêa, explicou que a organização não é contra o retorno das aulas presenciais, mas que seria importante a participação da sindicância em uma discussão sobre o novo ano letivo. “Nós temos sim uma preocupação muito grande com esse retorno, e já nos colocamos para discutir com a Secretaria de Educação condições para esse retorno. Ninguém está dizendo que não tem que voltar ninguém e que não tem que ter aula. Não se trata disso”, afirma.

O Sinpro planeja realizar uma assembleia geral dos professores da rede pública no dia 22 de fevereiro, para discutir sobre a atuação dos professores durante o retorno da rede pública de ensino.

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