Menu
Brasília

Adriana Villela explica dinâmica do dia de crime na 113 Sul

“Eu lembro de cada detalhe daquele dia”, afirmou Adriana em Tribunal do Júri sobre o caso da 113 Sul

Vítor Mendonça

01/10/2019 18h34

Adriana Villela depõe em Tribunal do Júri nesta terça-feira (1º)

Vítor Mendonça
[email protected]

“Eu lembro de cada detalhe daquele dia”, afirmou Adriana em Tribunal do Júri sobre o caso da 113 Sul. Em uma sexta-feira, 28 de agosto de 2009, o casal José Guilherme e Maria Villela, e a empregada da residência, Francisca Nascimento, foram assassinados. A ré deu seu primeiro depoimento à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) em 11 de setembro de 2009, o qual durou, segundo ela, aproximadamente quatro horas. Após Adriana, depôs seu irmão, Augusto.

“Todo o meu depoimento foi sobre as pessoas para quem liguei, onde fui e onde estava”, disse Adriana.

A fim de levantar álibi sobre onde estava e o que fez no dia do crime para confrontar a versão de que ela estaria na cena do crime, Adriana contou os compromissos do dia. “Aquele dia foi um dos dias de sol claro em Brasília. Saí para um curso de economia solidária pela manhã. Na véspera, eu recebi um email de um amigo para um curso de arquitetura moderna que aconteceria na cultura hispânica e eu quis fazer os dois.”

Pela manhã, antes de se dirigir ao primeiro compromisso, Adriana teria feito a inscrição no curso oferecido pelo amigo. Depois de avisar que chegaria atrasada, no período da tarde, teria seguido até a Fundação Nacional de Artes (Funarte) para a palestra sobre economia solidária. Após um almoço com amigos, Adriana teria se dirigido ao compromisso da tarde. “Cheguei na cultura hispânica em torno de 14h20 e 14h40. Às 14h40 tem uma ligação minha já lá, então acredito que tenha chegado antes”, alegou.

Segundo ela, no curso oferecido naquela tarde de sexta-feira, teria encontrado ex-amigos de faculdade e professores, além de outros colegas de profissão. “Nós até procuramos as fitas do seminário, que tinha sido gravado, para poder usar como prova. Mas só procuramos esse material no ano seguinte, tentamos com os organizadores, mas não conseguimos essas imagens.”

“Gosto de assistir aos cursos e workshops que faço tomando notas. Entreguei para a Corvida [Coordenação de Crimes Contra a Vida] um caderno com as notas que eu tinha anotado naquele curso. Nunca mais vi essas anotações”, alegou.

A saída da cultura hispânica, de acordo com Adriana, teria acontecido ao término do curso, às 18h. Ela teria conversado com algumas pessoas por alguns minutos e entrado no carro. “Não gostava de sair para comer sozinha, então fiz uma ligação para minha filha, às 18h10, mas ela não atendeu. Depois liguei para outras pessoas e com nenhuma delas consegui falar. Aí liguei para Graziela”, afirmou.

Conforme o relato da ré, Graziela teria oferecido a casa para ser o local de encontro entre as duas, uma vez que a casa era nova. “Comprei pães em uma padaria e, em outra, comprou um patê e sucos. Graças a Deus paguei em débito automático nos dois lugares”, contou. A intenção dela é usar os registros eletrônicos para usá-los como álibi.

Adriana contou que saíra da casa da amiga por volta das 21h. “Graziela me deixou na porta da casa e me ligou depois para dizer que iria conseguir ver a novela, porque as letrinhas do Jornal Nacional estavam subindo na tela quando ela ligou a televisão”, contou. A versão colocada pela acusada coincide com o relato de Graziela em Tribunal do Júri no último sábado (28). Isso, segundo ela, é “sinal de que Deus é pai não é padrasto”.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado