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Brasília

Acesso a vacinas e contaminações na Copa América repercutem na sessão da CLDF

Sugestões apresentadas ao GDF, de inclusão de novos públicos entre as prioridades para receber a vacina contra o novo coronavírus foram dadas

Redação Jornal de Brasília

15/06/2021 20h39

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A ampliação do acesso prioritário à vacinação e os casos de contaminação pelo Covid-19 na Copa América de futebol, realizada no Brasil vem dominando os assuntos abordados pelos deputados distritais em sessões extraordinárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nesta terça-feira (15), o assunto não foi diferente. O enfrentamento à pandemia, com várias sugestões apresentadas ao GDF, de inclusão de novos públicos entre as prioridades para receber a vacina contra o novo coronavírus foram dadas.

O deputado Chico Vigilante (PT) pediu a inclusão dos vigilantes entre as prioridades. Segundo ele, o governador Ibaneis Rocha prometeu há 60 dias que iria contemplar a categoria, mas isso ainda não aconteceu. Para o deputado, os profissionais estão na linha de frente desde o início da pandemia e são essenciais para a sociedade. Vigilante lamentou a morte de um vigilante por Covid, ocorrida hoje, “um jovem de 40 anos, que trabalhava na rede pública de ensino”. O parlamentar informou que 57 vigilantes morreram e quase 2.700 já foram contaminados.

Chico Vigilante criticou duramente a realização do torneio de futebol sul-americano no País, que chamou de “Cova América”. “Não serve para nada e ainda vai deixar um rastro de contaminação no País”, reclamou, acrescentando que mais de 50 pessoas das delegações estão contaminadas.

A deputada Arlete Sampaio (PT) destacou que as últimas informações apontam 52 contaminações na Copa América, entre delegações e trabalhadores da rede hoteleira. Para ela, “o número demonstra o equívoco que é a realização desta competição, que está promovendo a proliferação de vírus”. A distrital ainda relatou reunião realizada com o secretário de saúde para tratar, entre outras pautas, da retomada da vacinação de lactantes, puérperas e grávidas. Arlete também cobrou a aplicação da Lei da pobreza menstrual, que prevê a distribuição de absorventes pelas unidades de saúde do DF para pessoas com dificuldades financeiras.

De acordo com o deputado Fábio Felix (Psol), dos 52 casos de contaminação já registrados na Copa América, 11 foram de trabalhadores dos hotéis aqui de Brasília. Para ele, a realização do torneio foi uma “decisão irresponsável do GDF, um erro grave que pode pôr em risco nossas condições sanitárias”. O distrital lembrou que a mobilização da sociedade na semana passada forçou o governo a ampliar o público apto à vacinação. “Não havia fluidez e um dos problemas é o agendamento, que não é fácil e cria filtro de desigualdade. Favorece pessoas de classe média e alta e prejudica os mais necessitados. Alguns estados usam drive para agendamento e postos de saúde para os demais”, comparou ele.

Mudanças no acesso às vacinas

Já o deputado Leandro Grass (Rede) avalia que as pessoas mais fragilizadas e vulneráveis estão enfrentando muitas dificuldades para ter acesso à vacinação, por causa do acesso precário à internet, falta de carro ou problema para conseguir laudos médicos. Ele pediu que governo pense nestas pessoas mais frágeis e faça mudanças no sistema de acesso às vacinas, para facilitar a vacinação sem agendamento. Grass cobrou “planejamento, coordenação e responsabilidade” do GDF. “Sabemos que a vacina não resolve tudo, mas é um caminho importante. É uma questão civilizatória, não é política”, completou.

Professores de escolas particulares

Muitos deputados também pediram a inclusão dos professores de escolas particulares entre as prioridades de vacinação, como já vem ocorrendo com os profissionais das escolas públicas. Na opinião do deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) o governo está tratando os professores de escolas particulares como se fosse uma outra categoria. “Mais estranho ainda é que estes professores já estão trabalhando presencialmente. Vários professores já foram contaminados e alguns morreram”, lamentou. Segundo ele, com o avanço da vacinação por faixa etária e por comorbidade, seria possível destinar parte das vacinas previstas para os professores das escolas públicas para os colegas. “É inadmissível que os professores das escolas particulares fiquem fora deste processo de vacinação. Temos que tratar professores com isonomia”, assinalou.

A deputada Júlia Lucy (Novo) reforçou o pedido de prioridade para grávidas, lactantes, puérperas e professores do ensino particular. “Cuidar da mãe nesta situação é cuidar da criança e da família”, afirmou, acrescentando que não pode haver distinção entre professores de escolas públicas e privadas na vacinação.

Por outro lado, o deputado João Cardoso (Avante) reivindicou a inclusão dos estudantes de medicina que estão em estágio obrigatório entre o público prioritário para vacinação. Segundo ele, o governo incluiu os estudantes da escola pública do GDF e deixou de fora os das faculdades particulares de medicina. Cardoso sugeriu ainda a inclusão dos educadores sociais voluntários e de trabalhadores que atuam no reparo técnico de equipamentos das unidades de saúde no grupo de vacinação.

O deputado Jorge Vianna (Podemos) disse que os professores que acompanham alunos de cursos técnicos de saúde ainda não foram vacinados. “Está na hora de a secretaria de Saúde dar prioridade para estes profissionais, pois os alunos estão com seus estágios prejudicados”.

Cláudio Abrantes (PDT) também fez coro aos pedidos de inclusão de outras categorias entre as prioridades feitas pelos demais distritais e sugeriu a inclusão dos trabalhadores da Ceasa. “O processo de agendamento está fluindo. Não encontrei dificuldades para agendar vacinação para a próxima sexta-feira. Nenhum método é perfeito, mas estamos avançando muito”, analisou Abrantes.

Com informações da Agência CLDF

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