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Brasília

A linha do tempo do crime contra a criança que foi sequestrada e estuprada no DF

As investigações vão prosseguir com a PCDF, pela 2a DP. A possibilidade de se tratar de uma rede de pedofilia não foi descartada

Amanda Karolyne

29/06/2023 21h15

Atualizada 30/06/2023 5h27

Em depoimento à 2a Delegacia de Polícia, nesta quinta-feira (29), Gesiely de Souza Vieira, 23 anos, disse que foi coagida por Daniel Moraes Bittar, 42, a participar dos crimes. Ela foi presa em flagrante, pela Polícia Civil do Estado de Goiás, na Cidade Ocidental, por atuar em conjunto com Daniel, nos crimes de cárcere privado e estupro de vulnerável. Daniel foi preso na madrugada de quarta-feira (28), para quinta.

As investigações vão prosseguir com a PCDF, pela 2a DP, que está encarregada do inquérito policial. De acordo com o delegado responsável pelas diligências, João Guilherme Medeiros Carvalho, o que Daniel disse para a polícia, foi que na verdade eles estavam atrás inicialmente de uma outra adolescente. “Ele, com a intermediação dela”. Eles não conseguiram chegar ao fim com essa adolescente, e por alguma razão ainda não esclarecida, na manhã de quarta-feira (28), eles se voltaram a uma escola no Jardim Ingá, e em uma rua próxima a escola, abordaram a menor, de 12 anos. “Lá de forma violenta jogaram a vítima dentro do carro e com o uso de clorofórmio a deixaram desacordada”. Em seguida, tentaram colocar fita silver tape nela, mas a vítima estava vomitando muito. Ela foi algemada e colocada na mala.

No matagal eles jogaram o celular da vítima fora. E então, de lá, Daniel seguiu em direção da Cidade Ocidental, onde deixou a Gesiely, depois foi para a Asa Norte. Até o momento, o delegado aponta que as filmagens mostram Daniel saindo sozinho em direção a 411 norte com a mala onde estava a vítima e um cobertor.

A Polícia Militar do DF prendeu o suspeito, que foi levado para a 5a DP. Na quadra onde o autor mora, foi localizado o carro, e foi avistada a mochila da vítima. “E a polícia pode concluir o envolvimento desse autor, e ao ser interpelado, ele mesmo já confessou que ela estaria dentro do apartamento, algemada”.

Para a polícia, Daniel disse que não usou de violência, chegou a beijar a vítima e praticar atos libidinosos, mas não teve conjunção carnal. “Mas sem dúvida nenhuma, mesmo sem ter comprovado, o fato de ter atos libidinosos, sobretudos com uma criança menor de 14 anos, esta configurado como estupro de vulnerável”, salienta o delegado. E acrescenta ainda, o crime de cárcere privado, qualificado devido a vítima ser uma menor de idade.

É esperado ainda, o resultado do Instituto de Medicina Legal (IML), para saber se houve envolvimento carnal ou não, mas do que se tem até agora, o delegado argumenta que há firmes elementos que apontam para a prática de estupro de vulnerável, dentro do apartamento dele. Porém, Daniel nega que isso tenha ocorrido.

O delegado aponta que não se pode comprovar em absoluto que Gesiely (foto) seja garota de programa, mas ela fazia uma espécie de intermediação com relação a algumas garotas e também enviava para o autor fotos de nudez, e ele em contrapartida, a ajudava financeiramente. Foi constatado que ele enviou vários pix’s para ela, e que eles já se conheciam há pelo menos dois anos. “Ela falou em depoimento que morou na casa do autor”.

Segundo a coautora do crime, eles moraram juntos em janeiro e fevereiro deste ano, e ambos alegam nunca ter tido relações sexuais. A comparsa do crime, afirmou para os policiais, que está grávida de seis meses, mas não se sabe quem seria o pai.

Conforme o delegado afirma, o depoimento de Gesiely coincide com o depoimento de Daniel. Entretanto, há contradições absolutas no que ela disse. “A única divergência no depoimento dela com o dele é que ela diz que foi forçada a praticar o crime com ele, em uma ameaça perante o filho”.

A possibilidade de se tratar de uma rede de pedofilia não foi descartada pela investigação, mas ainda é muito cedo para saber. Existe ainda a possibilidade de Daniel ter feito outras vítimas, mas as diligências investigativas ainda vão ser aprofundadas quanto a isso. Os dois negaram ter participação em outros crimes, e Daniel alegou ter problemas psiquiátricos.

A polícia está com a mala, o taser, as algemas, a fita silver tape, e o clorofórmio, que foram encontrados no apartamento.

Sobre a mulher que aparece nas fotos das redes sociais com ele, que seria a namorada, o delegado afirma que na continuidade das investigações vai ser averiguado se existe qualquer indício do envolvimento da mesma. Mas até o momento não há qualquer elemento que aponta a participação dela no caso.

A moça em seu perfil do Instagram, fez postagens alegando estar sendo ameaçada, porque estão a confundindo com a Gesiely. Ela alega não ter conhecimento sobre o caso, e que descobriu na quinta-feira, assim como todo mundo. “Eu estou desesperada, não sou eu. Eu realmente tinha uma relação com essa pessoa, mas eu fiquei sabendo assistindo o jornal”, disse em seu perfil nas redes sociais.

Por hora a vítima não foi prestar depoimentos, diante do estado emocional na qual ela se encontra. “Ela vai ser ouvida da maneira adequada para uma criança de 12 anos. Para o delegado, esse foi um dos casos mais repugnantes que ele já viu na vida dele. Ele se mostrou empático com a família da vítima, e com a mesma. “A vítima está estável mas sob profundo abalo”.

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