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Brasília

A invasão dos escorpiões no DF

De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 1.375 acidentes com o animal peçonhento

Vítor Mendonça

09/11/2020 5h12

Com a chegada da temporada de chuvas no Distrito Federal, o escorpião é um dos animais que pode se aproveitar do clima e proliferar, aumentando, consequentemente, a quantidade de casos de aparição nas casas dos cidadãos da capital federal.

De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 1.375 acidentes com o animal peçonhento, cerca de 13% a mais que os números registrados no mesmo período do ano passado. Os dados são da Vigilância Ambiental do DF, braço da Secretaria de Saúde (SES/DF).

Mais de 40

Na casa de Milena Galvão, 20 anos, foram mais de 40 escorpiões contabilizados pela família ao longo de cinco anos dentro de casa, no Jardim Botânico. De acordo com ela, há dois anos, o irmão mais novo, Bernardo, 17 – à época com 15 -, foi picado por um enquanto a família andava na rua no período da noite.
“Ele estava usando chinelo e ele sentiu uma dor exorbitante. Comecei a procurar no chão porque sabia que poderia ser escorpião pela grande quantidade que tinha em casa”, contou.

Após o ocorrido, se dirigiram imediatamente a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Bernardo foi atendido com o suprimento de soro.

“Toda vez que encontrávamos, armazenávamos em um pote de vidro com álcool”, conta ela.
“[No episódio com o irmão] levamos o escorpião para que dissessem a espécie e soubéssemos como proceder”, acrescenta.

“Mas já chegamos a guardar em um pote de vidro cerca de 40 escorpiões com álcool. Agora só matamos quando encontramos, e jogamos fora”, conclui Milena.

Após o acidente e para eliminar as proliferações do animal em casa, a família decidiu dedetizar a residência para acabar tanto com baratas – alimento do artrópode – quanto, por consequência, com os escorpiões. Outra estratégia foi criar galinhas no quintal para que pudessem se alimentar dos pequenos peçonhentos, uma vez que a ave é predadora deles.

“Criar as galinhas foi o método mais eficiente que a gente encontrou, porque se alimentam dele. Agora encontramos os bichos em menor quantidade”, disse. Este ano, de acordo com Milena, apareceram apenas três dentro de casa.

“Encontramos os maiores e em maior quantidade na época de seca, mas durante o ano inteiro encontramos […]”, relata.

Segundo ela, eles estão normalmente ou no banheiro ou embaixo de algum objeto, como vasos de flores, no quarto ou na varanda. Geralmente nesses lugares mais escondidos.

“Agora temos o hábito de bater os sapatos e as toalhas, porque a gente já chegou a encontrar pendurados nelas também”, finalizou.

Cuidados

De acordo com a Vigilância Ambiental, é importante que cuidados com as áreas externas e internas sejam tomados para evitar a proliferação ou a criação de ambientes propícios à permanência do animal, como locais úmidos e quentes.

Na área interna da casa, deve-se, portanto, vedar soleiras de portas, reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas, aberturas de ralos, pias ou tanques.

É importante também manter pontos de energia e telefones devidamente fechados e examinar roupas e calçados antes de usá-los.

Do lado externo, os cuidados devem ser para que se mantenham limpos os quintais e jardins, evitando acúmulo de folhas secas e lixo domiciliar, eliminar pequenos animais invertebrados, que são fontes de alimento dos escorpiões, remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros, manter fossas sépticas bem vedadas para evitar a passagem de baratas e dos artrópodes, além de rebocar paredes e muros que estejam com vãos e frestas.

É preciso ter cuidado especialmente com crianças e idosos. Eles são mais frageis e vulneráveis ao veneno do artrópode e a picada pode ser mais grave nesses casos.

Em caso de picada

Se alguém acabar levando uma picada do escorpião, deve-se lavar bem o local com sabão para evitar infecções posteriores e se dirigir o mais rápido possível para algum centro de atendimentos hospitalar mais próximo, para que o socorro seja prestado de forma devida.

Saiba Mais

De acordo com o manual de controle de escorpiões do Ministério da Saúde, “o manejo de escorpiões exige uma série de cuidados, não só com o ambiente em que vivem, mas também no manuseio, que deve ser feito por profissional com experiência”.

“No caso de manutenção em cativeiro com fins científicos, todas as normas dispostas na Portaria Ibama nº 016, de 4 de março de 1994, devem ser seguidas, de forma a preservar a saúde dos animais e do homem”, destacou o documento. Caso haja dúvidas sobre o que fazer com as grandes quantidades dos animais, a Vigilância faz atendimento à população pelos telefones 2017-1343 ou 160. Os especialistas do órgão saberão as providências mais adequadas.

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