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Brasília

22ª Parada do Orgulho LGBT movimenta Brasília neste domingo

Neste ano, o tema do movimento envolve três recortes: Stonewall 50, Beijo Livre 40, Resistência e Conquistas

Arquivo Geral

14/07/2019 16h13

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Ana Karolline Rodrigues
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Celebrando conquistas históricas da população LGBT e protestando pelos direitos desta comunidade, a 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Brasília movimenta o centro da capital Federal neste domingo (14). Neste ano, o tema do movimento envolve três recortes: Stonewall 50, Beijo Livre 40, Resistência e Conquistas. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do DF, a estimativa de público durante o dia é de mais de 100 mil pessoas.

O evento começou às 14h no Congresso Nacional e os trios seguirão em direção à Torre de TV às 16h. Ao final do dia, os participantes retornam à Rodoviária do Plano Piloto e encerram o movimento por volta das 21h, no Museu Nacional.

Memória, conquista e resistência

Trazendo uma memória da história de luta da comunidade LGBT, esta edição da Parada marca os 50 anos da Revolta de Stonewall, episódio ocorrido em Nova York, em 1969, em que clientes do bar Stonewall Inn se rebelaram contra a violência policial cometida contra gays no local. Além disso, também é neste ano que se comemora o aniversário de 40 anos do grupo de ativismo brasiliense Beijo Livre.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

“Um recorte é a memória da comunidade LGBT e a ativação dessa memória. A ativação da memória recupera os 50 anos de Stonewall, que marca a primeira Parada LGBT no mundo e que marca o ativismo LGBT no mundo. A segunda marcação da memória LGBT tem a ver com o nosso território, que é a capital do Brasil. É o Beijo Livre, a primeira entidade LGBT do Distrito Federal, há 40 anos, e uma das primeiras do Brasil”, explicou Michel Platini, presidente do festival organizador do evento, Brasília Orgulho.

“A partir daí, gente já puxa como o sentimento de memória as conquistas. O que [as conquistas] significaram no mundo desde a revolução de Stonewall e aqui no Brasil desde o início do ativismo há 40 anos. O reconhecimento do casamento, das uniões, a criminalização da LGBTfobia, são conquistas que participam desse momento histórico”, continuou Michel.

Sobre o tema Resistência, o representante destacou que esta edição do evento promove, além dos protestos gerais, uma crítica mais acirrada ao governo Federal, de Jair Bolsonaro (PSL). “O terceiro momento é a resistência, que nós temos que provocar diante de um governo fascista que se organiza no mundo para retirar os direitos da população LGBT e retroceder no que nós conquistamos destes 50 anos. É a primeira marcha na capital do Brasil na frente do monumento em que se toma as decisões do país após a eleição de um governo extremamente fascista e fundamentalista”, afirmou.

Em frente ao Congresso, integrantes do movimento Mães pela Diversidade vendem artigos para protestos em uma tenda montada no gramado. Segundo a coordenadora da organização em Brasília, Mônica Monteiro, o grupo, que já inclui cerca de 70 mães e pais no DF, marca presença nesta edição da Parada LGBT para reforçar também críticas ao governo Federal. “A gente também tem que lembrar que temos muitas lutas pela frente, principalmente com esse governo. Então nós prezamos por um trabalho de militância ao lado dos nossos filhos”, afirmou.

Mônica Monteiro. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

“A gente não quer perda de direitos, algo que está em risco o tempo todo no governo dele [Jair Bolsonaro]. Temos sim que alcançar mais coisas, mas ainda temos que manter aquilo que já conquistamos”, reivindicou.

No evento, fiéis da Igreja Metodista de Brasília divulgam mensagens religiosas com o intuito de incluir pessoas da comunidade LGBT. “Nossa mensagem é que há espaço pra todos e Deus não exige de nós nenhuma mudança, somos chamados pra viver a fé da forma que inclua a todos”, disse o pastor Marvel Souza, 37 anos.

Ele, que é casado há 11 anos com Raphael Lira, 30, relata que a igreja chegou no DF em 2016 e, desde então, os integrantes buscam atrair o público LGBT. “Eu era de uma igreja fundamentalista e não podia exercer meu ministério. Agora a gente celebra casamento religioso. No ano passado celebramos oito casamentos religiosos de pessoas LGBT”, disse. “Hoje, espalhamos esta nossa mensagem aqui”, completou.

Marvel Souza e Raphael Lira. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Segurança

No local, uma unidade móvel da Sejus juntamente com a Polícia Civil do DF, por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (DECRIN), oferece atendimentos à população LGBT.

As equipes darão suporte e orientações sobre o passo a passo de como fazer uma denúncia por motivação LGBTfóbica. Na mesma unidade, a Secretaria de Saúde distribui materiais informativos e preservativos.

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

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