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Brasil

Projeto nacional mapeia cadeias alternativas de distribuição de agroalimentos durante a pandemia

O Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília tem atuado no projeto nacional Ação Social Comida de Verdade

Redação Jornal de Brasília

04/09/2020 17h29

Por conta do avanço desmedido da pandemia de coronavírus, os canais de distribuição e acesso a alimentos no país foram afetados. O que interferiu no sustento de agricultores familiares e também na qualidade da alimentação dos brasileiros. Para combater este fenomeno algumas iniciativas de distribuição agroalimentar apontaram alternativas para a questão, com a oferta de produtos saudáveis à população.

De olho nessas soluções, o Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília tem atuado no projeto nacional Ação Social Comida de Verdade: aprendizagem em tempos de pandemia. Um dos objetivos é realizar um levantamento e analisar ações de abastecimento alimentar que conectem produção e consumo e que estejam sendo estratégicas durante a pandemia.

“A Ação Coletiva Comida de Verdade: aprendizagem em tempos de pandemia é uma iniciativa de abrangência nacional, conduzida por uma articulação de 13 organizações comprometidas com a promoção da soberania e da segurança alimentar e nutricional”, explica a docente do Departamento de Nutrição e uma das coordenadoras do projeto, Elisabetta Recine.

“Com a pandemia de covid-19, inúmeras iniciativas protagonizadas por organizações, redes e movimentos da sociedade civil passaram a apresentar respostas ágeis para o fortalecimento dos caminhos que articulam produção, acesso e distribuição de alimentos saudáveis e adequados à população”, conta a docente.

“Por isso, a Ação Coletiva tem o objetivo de mapear, identificar e compreender como as experiências em curso contribuem para a construção e o fortalecimento de sistemas agroalimentares equitativos e sustentáveis”, detalha.

O projeto irá identificar iniciativas em todo o Brasil criadas antes e durante a pandemia, as quais incluem desde feiras da agricultura familiar, cooperativas de agricultores e/ou consumidores, coletivos de consumo organizado, sistemas de entrega domiciliar mobilizados pela agricultura familiar ou com um intermediário, hortas urbanas até campanhas de doação de alimentos para população em vulnerabilidade socioeconômica.

Para isso, existem articuladores em cada região do país responsáveis por apoiar o cadastro das experiências. Além de possibilitar o entendimento de forma aprofundada das estratégias adotadas pelos envolvidos nessas ações, as informações obtidas também contribuirão para inspirar o desenvolvimento de novas experiências e de estudos acadêmicos sobre os sistemas agroalimentares.

Elisabetta Recine aponta o impacto da pandemia nos agricultores familiares e na alimentação da população em geral: “A pandemia da covid-19 não só motivou o aumento da vulnerabilidade de agricultores familiares e comunidades tradicionais no contexto socioeconômico, como também fragilizou os canais de distribuição e de acesso aos alimentos adequados e saudáveis à população, o que resulta na tendência de piora na alimentação, com o aumento no consumo de produtos não saudáveis”.

Segundo a professora da UnB, o projeto estrutura-se em quatro frentes de trabalho: mapeamento de experiências de abastecimento alimentar, protagonizadas por organizações da sociedade civil; construção de um acervo bibliográfico sobre sistemas agroalimentares e a pandemia da covid-19; realização de seminários virtuais a respeito das transformações em curso nos sistemas agroalimentares; e elaboração de publicações decorrentes da sistematização, análise e registro das experiências, materiais e saberes acumulados nos processos anteriores, voltadas a distintos públicos, como agentes de governo, gestores públicos, acadêmicos e sociedade em geral.

“O propósito é que essas frentes de trabalho, a partir de diferentes parcerias, contribuam para ampliar o debate sobre as transformações necessárias aos sistemas agroalimentares, dar maior visibilidade às experiências em curso e fomentar intercâmbios de práticas e aprendizados”, completa.

Com informações da UnB

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