Menu
Brasil

Nuvem de gafanhotos pode chegar no Sul do país

O “exército” dos insetos passou pelo Paraguai, devastou plantações de milho, seguiu rumo à Argentina e agora deve ir ao Uruguai, passando por SC e RS

Redação Jornal de Brasília

24/06/2020 9h02

Nos últimos dias, imagens que mostram uma nuvem de gafanhotos voando no céu da Argentina impressionou pessoas do mundo todo. E a situação é preocupante, segundo pesquisadores e autoridades brasileiras. Isso porque a praga ainda é pouco conhecida, mas já se sabe que ela pode destruir lavouras agrícolas.

Antes de chegar à Argentina, a nuvem passou pelo Paraguai. Lá, devastou plantações de milho. Segundo os argentinos, as pragas seguiram rumo ao Uruguai. Isso significa que os gafanhotos podem passar pelo oeste dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Veja um vídeo dos bichos:

https://twitter.com/aseibtt_/status/1275254351095791618

Segundo o Ministério da Agricultura, esses insetos estão no país desde o século 19 e causaram grandes perdas às lavouras de arroz na região Sul do país nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, não se formaram mais nuvens de gafanhotos no Brasil.

O doutor em ecologia Ivo Pierozzi Júnior participou de um estudo pela Embrapa no final da década de 1980 de um fenômeno parecido ocorrido em Mato Grosso, porém com uma outra espécie do inseto. “Essas infestações são periódicas, fazem parte parte do ciclo da espécie. Já houve surtos no passado, na década de 1940, 1970, no Sul”, afirmou, em entrevista ao G1.

Clima e agrotóxicos

Segundo o governo, os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em “sua fase mais agressiva” na América do Sul ainda estão sendo avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos.

O professor de entomologia da Universidade de Cruz Alta Maurício Pazzini afirmou à RBS TV que a estiagem que o Rio Grande do Sul passou neste verão poder facilitar a chegada dos insetos ao Brasil. “como a gente não tem vento que favorece essa dispersão, a minha perspectiva é muito forte de que isso possa acontecer no estado do Rio Grande do Sul”.

O entomologista e pesquisador da Embrapa de Londrina (PR), Adeney de Freitas Bueno, diz que o crescimento excessivo da população de gafanhotos é estimulado pelo clima quente e seco associado a um desequilíbrio ambiental provocado pelo uso excessivo e incorreto de agrotóxicos nas lavouras.

Com informações do G1

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado