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Não é spam: cirurgia de aumento do pênis já é realidade no Brasil

Arquivo Geral

30/08/2018 16h11

Atualizada 03/09/2018 17h06

Kleber Lima/Jornal de Brasília

Tainá Morais
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Que atire a primeira pedra quem nunca recebeu algum e-mail suspeito com o assunto “aumente seu pênis”. A proposta, porém, não passava de spam ou de algum vírus. No entanto, o procedimento já é uma realidade no Brasil. A faloplastia, cirurgia para o alongamento peniano, é executada por médicos brasileiros.

O cirurgião plástico Cláudio Eduardo Pereira de Souza, que atende em Blumenau (SC), é referência na área de cirurgias íntimas masculinas. Segundo ele, a procura pela faloplastia tem crescido nos últimos dois anos, embora poucas cidades ainda disponham da técnica. “Esse é um tipo de problema que a pessoa leva para o resto da vida, da adolescência à fase adulta”, ressalta.

Como funciona

O primeiro passo do procedimento é uma lipoaspiração na região pubiana para retirar a gordura acumulada no órgão genital. Após essa redução, uma parte da gordura é jogada fora e parte dela, guardada. “Nós injetamos e fazemos o alongamento e o alargamento do órgão com a própria gordura do paciente. Por isso, o risco de alguma rejeição é mínima”, esclarece o médico. Com este método, o paciente pode ganhar até cinco centímetros de alongamento.

O caminho até a cirurgia tem etapas importantes. A avaliação pré-operatória é indispensável: além de urologistas, envolve cardiologistas, cirurgiões plásticos, microcirurgiões e psicólogos. “É uma cirurgia como outra qualquer e, por isso, precisa de todos os tipos de exames antes da intervenção. Quanto mais velho for o paciente, mais exames são exigidos”, conta Souza. No pós-operatório, os pacientes são acompanhados pelo cirurgião durante aproximadamente um mês.

Antes da iniciação sexual

A curiosidade pela faloplastia parte também de adolescentes e idosos.  Entre os mais jovens, a maioria busca o médico antes de iniciar a vida sexual, não necessariamente para fazer a cirurgia de vez, mas para tirar dúvidas. São pacientes diagnosticados com alguma intercorrência genética que possa atrapalhar as relações sexuais.

A mesma técnica cirúrgica é utilizada para outras correções: até para quem deseja diminuir, desentortar ou retirar rugas do pênis. A faloplastia serve tanto para o alongamento quanto para aumentar a grossura do órgão genital.

Impacto da faloplastia na vida sexual

Para o urologista Cláudio Eduardo Pereira de Souza, a cirurgia pode trazer melhorias à autoestima do paciente quando ele deixa de se relacionar por estar inseguro quanto ao órgão genital. “Se o paciente não está satisfeito com o tamanho, isso afeta o desempenho, a autoestima e a vida dele. Com a cirurgia, ele se sente mais confiante para uma vida sexual satisfatória”, completa.

De acordo com Souza, a faloplastia não interfere na disfunção erétil ou na ejaculação precoce, embora melhore a estabilidade e a excitação. “Caso o homem tenha o costume de tomar remédio para disfunção, por exemplo, ele vai continuar com o mesmo problema. A cirurgia não tem efeito nesse tipo de questão”, esclarece.

Ponto de vista

Ao olhos de especialistas em saúde sexual, o tamanho do pênis pode incomodar os homens e afetar a forma como eles se relacionam. Por isso, muitos sonham em recorrer a este tipo de cirurgia. “Está tudo ligado à autoimagem que idealizam de como deveria ser um pênis ideal, um tamanho e um corpo padrão”, avalia a psicoterapeuta sexual e corporal Kamilla Barbosa.

Já para a psicóloga Fernanda de Castro, a vaidade é um dos pontos que chamam mais atenção. “Na verdade, o problema está na autoconfiança e não no tamanho do pênis. A maioria deles está bastante preocupada com a espessura e têm medo de não conseguir satisfazer a parceira”, observa Fernanda.

Ainda de acordo com a psicóloga, em situações extremas, os homens se isolam e evitam momentos de intimidade. “Isso pode atrapalhar a satisfação sexual deles e desenvolver distúrbios como disfunção erétil e ejaculação precoce”, enfatiza.

O trauma psicológico pode nascer ainda na infância. Isso acontece por haver comparação do órgão genital entre crianças da mesma idade e pela ansiedade, até mesmo dos pais, em relação ao aspecto anatômico das partes íntimas dos filhos. “É uma atitude negativa, pois essa preocupação desenvolve um complexo de inferioridade que a criança carrega consigo até a fase adulta. Portanto, é bom ressaltar que pais não devem seguir esse  tipo  de comportamento”, alerta.

Por isso, segundo a especialista, é fundamental que nessas situações os rapazes tenham um acompanhamento psicológico, para que não sofram frustrações futuras.

 

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