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Brasil

Governo apresenta programa Médicos pelo Brasil, que substitui o Mais Médicos

Ao lançar o programa , o presidente Jair Bolsonaro usou parte do seu discurso para criticar o PT e o Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff

Aline Rocha

01/08/2019 13h05

Brazil’s President Jair Bolsonaro, welcomes Paraguay’s President Mario Abdo Benitez (out of frame) at Planalto palace in Brasilia on March 12, 2019. (Photo by Sergio LIMA / AFP)

O Planalto apresenta nesta quinta-feira, dia 1º, o programa Médicos pelo Brasil, que vai substituir o Mais Médicos, inaugurado nos governos do PT. O presidente Jair Bolsonaro participa de uma cerimônia no Palácio do Planalto para lançar a iniciativa.

O governo divulgou o conteúdo de uma medida provisória que institui o programa. A iniciativa promete 18 mil vagas para médicos, sendo cerca de 13 mil em municípios pequenos e de difícil acesso ao atendimento. São sete mil vagas a mais do que o Mais Médicos, de acordo com o Ministério da Saúde.

A incorporação de profissionais cubanos que ficaram no País após a saída de Cuba do Mais Médicos não está prevista na nova medida. 

“Médicos cubanos eram usados para formar ‘núcleos de guerrilha’ no País”

Ao lançar o programa Médicos pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro usou parte do seu discurso para criticar o PT e o Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff. Ele não poupou nem mesmo os médicos cubanos que atuam ou atuaram no Brasil. “Se os cubanos fossem tão bons assim, teriam salvado a vida de (Hugo) Chávez, não deu certo”, discursou Bolsonaro nesta quinta-feira, dia 1º. Chávez morreu, em 2013, em decorrência de um câncer na região pélvica.

Na cerimônia, Bolsonaro disse que tentou “interferir” na aprovação do Mais Médicos, ainda como deputado federal. Ele contou que, na época, se aproximou dos “verdadeiros profissionais” da área da saúde, numa referência a representantes de conselhos de medicina brasileiros que estavam presentes. “Não tivemos sucesso (em rejeitar o Mais Médicos), o Parlamento era conduzido de outra forma. Hoje é completamente diferente”, afirmou Bolsonaro.

Segundo o Ministério da Saúde, será ampliada em aproximadamente 7 mil vagas a oferta de médicos em municípios mais carentes na comparação com o programa programa anterior. As regiões Norte e Nordeste, juntas, representam 55% do total dessas vagas. Ao todo, serão ofertadas 18 mil vagas previstas.

O presidente declarou que o PT usava o povo “para espoliá-lo, na base do terror, por um projeto de poder”. “A ideia (do Mais Médicos) era formar núcleos de guerrilha do Brasil”, disse.

Bolsonaro também voltou a fazer críticas sobre a suposta proibição de médicos cubanos trazerem suas famílias para o Brasil. Não existe, entretanto, qualquer proibição no programa para que esses profissionais tragam seus entes.

Em 2013, como deputado federal, Bolsonaro defendeu justamente a proibição da entrada no Brasil de familiares de médicos cubanos que ingressaram no programa Mais Médicos. “A verdade, aos poucos, vem vindo à tona: eles querem trazer 6 mil médicos cubanos. Prestem atenção. Está na medida provisória: cada médico cubano pode trazer todos os seus dependentes. E a gente sabe um pouquinho como funciona a ditadura castrista. Então, cada médico vai trazer 10, 20, 30 agentes para cá”, disse na época.

Nesta quinta-feira, no entanto, o discurso mudou. Ele afirmou que a suposta proibição de familiares dos cubanos era “uma questão humanitária que foi estuprada pelo PT”. “Por anos, mães e pais ficaram afastados dos seus maridos, esposas e dos seus filhos. Uma questão humanitária que foi estuprada pelo PT. Falo isso porque sou pai de cinco filhos”, disse. “O Brasil se prestou a alimentar uma ditadura (em Cuba), aproximadamente R$ 1,2 bilhão era destinado a Cuba, tirando dos profissionais que estavam aqui.”

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