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Brasil

Covid-19: Ministério da Saúde poderia ter adquirido novas seringas em dezembro de 2020

A previsão de chegada da primeira remessa, de forma marítima, é de 25 de janeiro, com 1,9 milhões de seringas. A segunda remessa chega apenas em março

Redação Jornal de Brasília

14/01/2021 9h14

Covid-19: Ministério da Saúde ignorou parecer interno que recomendava compra de seringas por frete mais rápido

Um parecer do Ministério da Saúde que recomendava a compra de seringas por meio de frete aéreo para garantir que o Brasil tivesse insumos necessários para a vacinação contra o novo coronavírus foi contrariado pela própria pasta.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, em negociação com a Organização Panamericana da Saúde (Opas) para aquisição do material, o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da pasta defendeu a compra por meio de aviões para garantir que a demanda do Programa Nacional de Imunização (PNI) fosse cumprida no tempo previsto.

Segundo documentos do ministério obtidos pelo jornal, a previsão da chegada da primeira remessa de entregas no Brasil, de forma marítima, é de 25 de janeiro, com 1,9 milhões de seringas, sendo que a segunda remessa chegaria apenas em março. Se tivesse ocorrido por via aérea, 20 milhões de seringas chegariam no país ainda em dezembro de 2020. O valor marítimo foi fechado em US$ 1.368.976,76 (R$ 7.534.296), aproximadamente US$ 0,03 por unidade

Veja trechos do documento:

“[…] Os fornecedores cotados poderão iniciar as entregas de 20 milhões de unidades em dezembro de 2020, 17.256 milhões de unidades em janeiro de 2021 e 2.744 milhões de unidades em fevereiro de 2021 no valor total de US$ 4.679.406,76 (quatro milhões, seiscentos e setenta e nove mil, quatrocentos e seis dólares e setenta e seis centavos), já inclusos preços de produto, frete, seguro e taxa administrativa da Organização. Isto posto, este Departamento se posiciona favorável à continuidade desta aquisição, considerando o risco de não entrega das seringas pelo mercado nacional até dezembro 2020”, dizia o despacho interno argumentando pela continuidade da aquisição por frete aéreo.

“Nesse sentido a Secretaria de Vigilância em Saúde — SVS, por meio do despacho (0016729153) e do relatório (0017150938), em síntese ponderou pela continuidade da aquisição, considerando uma possível incapacidade do mercado nacional para fornecer, até dezembro de 2020 quantitativo necessária para o início das ações de imunização contra a Covid-19 em todo o território nacional. Outrossim apontou que diante do cenário de incerteza de atendimento pelo mercado nacional, a aquisição de seringas junto à OPAS seria o caminho mais célere para a aquisição”, diz o despacho.

“Levando em consideração a cotação do dólar no dia de hoje, de R$ 5,62 (cinco reais e sessenta e dois centavos), o preço da possível contratação via OPAS apresenta uma diferença de mais de 250% em comparação ao maior preço da pesquisa preliminar do SRP e de cerca de 500% superior ao menor preço da mesma pesquisa, em cada unidade de seringa/agulha.”

 

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