Após reunião interministerial, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciaram na tarde desta terça (4) que o presidente Jair Bolsonaro concordou em disponibilizar dois aviões da reserva presidencial para o retorno dos brasileiros que estão em Wuhan, na China.
A operação de resgate começa com a ida das aeronaves para o país e deve terminar no sábado, com a chegada do grupo na Base Aérea da cidade de Anápolis (GO), onde ficarão em quarentena no Hotel de Trânsito da Aeronáutica.
Os brasileiros que apresentarem qualquer sintoma da doença serão trazidos para o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, para avaliação médica.
Cerca de 29 brasileiros residentes em Wuhan já haviam aceitado os termos de repatriação enviado pelo governo brasileiro, segundo o advogado que representa o grupo no Brasil, Antônio Rodrigo Machado. São nove crianças e 20 adultos interessados em chegar em casa no sábado e deixar o epicentro do surto do novo coronavírus.
“Gostaríamos que fosse antes, mas estamos dependendo da estrutura do Ministério da Saúde, do Ministério da Defesa e de outros órgãos do governo”, afirmou o advogado.
De acordo com Rodrigo Machado, a principal preocupação dos brasileiros residentes em Wuhan é respeitar a saúde pública do Brasil e não provocar risco de transmissão da doença no país. Por isso, eles aceitaram a quarentena com duração de 18 dias proposta pelo governo — com a realização de exames periódicos. Além disso, o grupo não vai poder receber visitas e ninguém poderá deixar a área de isolamento no período.
O representante da comissão de brasileiros residentes em Wuhan também destacou que o grupo se preocupa com a estrutura da quarentena. “Eles agradecem ao governo brasileiro pela missão e pedem que o exercício da quarentena mantenha todos os requisitos para garantir a dignidade das pessoas que vão passar pelo período de isolamento”, afirmou Antônio.
Estado de Emergência
O advogado acredita que as famílias não precisarão ser separadas, caso haja espaço para manter todos os parentes no mesmo quarto. Em entrevista ao Jornal de Brasília, Antônio afirmou que nenhum dos brasileiros que voltarão para o país apresentava sintomas da doença provocada pelo novo coronavírus, como tosse e febre.
O governo federal declarou ontem estado de emergência em saúde pública por causa do coronavírus chinês. A portaria criou o Centro de Operações de Emergências — uma estrutura federal responsável por articular políticas de prevenção à nova doença.