As iniciativas ajudam, inclusive, a União. O Brasil está em débito com o mundo no que diz respeito ao Tratado de Aichi – nome informal da 11ª Conferência da Diversidade Biológica (CDB) -, do qual o Brasil é um dos 194 signatários.
As metas estipuladas no acordo, firmado em 2010 na província que batiza o projeto, no Japão, apontam para atitudes de conscientização e combate à perda dos biomas ao redor do mundo.
A 11ª meta do plano internacional previa que, até 31 de dezembro de 2020, pelo menos 17% [para cada bioma] de áreas terrestres e de águas continentais e 10% de áreas marinhas e costeiras teriam que ser conservadas por meio de sistemas de áreas protegidas.
Hoje, o Cerrado possui apenas 8,3% de sua extensão em Unidades de Conservação – e 3% em Unidades de Proteção Integral, de acordo com o Instituto Cerrados (IC). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ritmo de devastação do bioma apresenta reduções ao longo dos últimos anos, mas são números altos de desmatamento para algo que já é frágil, dizem os ambientalistas.
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Áreas mortas
A cada ano, cerca de 6,5 mil km² de Cerrado são arrancados ou queimados nas dez unidades da federação que se postam sobre o bioma.
De acordo com Yuri Salmona, pesquisador do IC, cerca de 43% dos 2.036.344 km² do bioma já foram devastados. “A parte Sul já está morta”, vaticina, lembrando que a nomenclatura se aplica aos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “Essa área está desmatada; a parte Norte ainda resiste, mas o Sul se mostra como o futuro do Norte no ritmo que estamos”, aponta Salmona. Segundo diz, a inobservância da legislação torna o desmatamento um inimigo difícil de combater.