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Brasil

Casos de piolhos aumentaram durante a pandemia, relatam clínicas

Os números são baseados em relatórios das clínicas da empresa que foram abertas em abril e maio — 112 de cerca de 200 em todo o país no auge do bloqueio, observou a médica

Redação Jornal de Brasília

22/07/2020 15h17

As escolas estão fechadas, mas as infestações de piolhos aumentaram? Pois, é exatamente o que afirmam clínicas norte-americanas. Aparentemente, os piolhos prosperaram durante a quarentena, quando as famílias se reuniram em casa por semanas para evitar o novo coronavírus. À Today Parents, a Lice Clinics of America informou que suas clínicas registraram um aumento médio de 25% de abril a maio. E as infestações que afetam toda a família foram as maiores reclamações. Já algumas comunidades — incluindo partes do Texas, Califórnia, Louisiana e Kansas — observaram números ainda mais altos, com aumentos de até 50% na infestação de piolhos. Segundo Krista Lauer, médica de família e diretora médica da empresa, descreve o fenômeno como “chocante”.

Os números são baseados em relatórios das clínicas da empresa que foram abertas em abril e maio — 112 de cerca de 200 em todo o país no auge do bloqueio, observou ela. “Quando o bloqueio teve início, as crianças que tinham piolhos que ainda não haviam sido identificados ficaram ‘presas’ em casa com toda a família”, explicou. “Normalmente, apenas o cuidador principal ou um irmão também ficasse infestado, mas o que aconteceu é foi um aumento de pedidos domésticos porque a penetração dentro da casa foi significativamente maior. Então, em vez de uma ou outra pessoa na casa pegar piolho, a casa inteira foi afetada”, completa. O nível de infestação também foi muito mais grave, porque demorou mais sem ser tratado, acrescentou. Quando o bloqueio diminuiu, algumas das pessoas afetadas talvez abraçaram amigos ou entes queridos que não viam há muito tempo, permitindo uma “transferência muito rápida” de piolhos para outras pessoas, disse Krista.

“Super piolhos”

Os pequenos parasitas se alimentam de sangue humano e vivem perto do couro cabeludo humano. Os sintomas incluem coceira e a sensação de algo se movendo no cabelo. Os insetos se espalham por meio do contato direto com os cabelos de uma pessoa infestada e, segundo o CDC, higiene ou limpeza pessoal em casa não tem nada a ver com a obtenção de piolhos.

Diversos produtos para tratamento de piolho sem receita médica estão disponíveis no mercado, mas, segundo a Academia Americana de Dermatologia, muitos pais têm relatado que esses xampus e cremes não funcionam. Isso ocorre porque a maioria dos estados foi invadida por piolhos que desenvolveram resistência aos ingredientes ativos em tratamentos comuns vendidos sem receita, segundo um estudo de 2016. Estes foram chamados de “super piolhos”. “Eles são um grande problema. Com o tempo, sua prevalência aumentou”, disse Krista.

Tratamento

A velha medida de cortar os cabelos curtinhos pouco adianta, porque as lêndeas se instalam na raiz dos fios. A saída é pedir ao pediatra uma orientação adequada, que costuma ser a aplicação de sabonetes ou xampus à base de permetrina, substância que mata os bichinhos. Recomenda-se fazer a aplicação antes de a criança dormir, para evitar que ela leve os cabelos à boca. Uma única pode ser suficiente ou não. Depende não só da eficiência do produto como também da exposição ao parasita — se persistir, a criança poderá ser infectada novamente.

Depois de lavar cuidadosamente os cabelos da criança, chega a hora de uma atenta operação “pente-fino”: passe-o várias vezes nos cabelos, para arrancar as lêndeas e os piolhos que morrem agarrados aos fios. Para acelerar essa tarefa, e se o couro da criança não estiver muito machucado pela coceira, você pode aplicar uma solução de duas colheres de sopa de vinagre em 1 litro de água. Essa mistura ácida ajuda a descolar a as lêndeas e os piolhos. É apenas uma medida auxiliar e, portanto, não substitui o uso do medicamento.

O que nem todos sabem é que o piolho pode viver até dois dias fora da cabeça. Por isso, além do tratamento com o xampu, vale a pena ferver todas as roupas da criança, inclusive as de cama e de banho, para evitar a reinfestação. Caso aconteça, não há problema em fazer nova aplicação do xampu. Os pais precisam ter em mente que o que interessa é seu filho voltar à escola livre dos piolhos – mas sempre convém lembrar que essas providências devem ser tomadas com naturalidade, de forma positiva. Nunca passe a impressão de que seu filho tem culpa pela infestação: afinal, o vilão dessa história é o piolho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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