Se a seleção brasileira queria utilizar os duelos contra a Finlândia como uma espécie de treinamento para um possível confronto contra a Rússia, começou bem. Enfrentando os escandinavos em Tampere, os atuais campeões olímpicos venceram por 3 sets a 0, parciais de 25/17, 25/22 e 25/21 e conquistaram a sétima vitória na Liga Mundial. O Brasil é o único time ainda invicto na competição.
Apesar da boa vitória, a seleção brasileira teve uma certa dificuldade para abrir uma boa vantagem no placar, especialmente na segunda e na terceira etapas. Enfrentando um adversário tecnicamente muito superior, a Finlândia mostrou um bom aproveitamento de contra-ataque e promete dar trabalho nos dois duelos restantes contra a Argentina, na briga direta pela segunda vaga do Grupo B para as finais da Liga.
Mais uma vez, Bernardinho resolveu dar uma chance para Samuel no time titular e, de novo, o novato não decepcionou. Ele ocupou a vaga de Dante, que devido a uma entorse no joelho direito foi poupado nesta sexta. Ainda esperando a volta de Gustavo Endres, que resolve problemas particulares e só se apresenta na próxima semana, o meio foi composto por André Heller e Rodrigão.
Portugal, o outro representante do grupo, recebe os sul-americanos em casa neste sábado e neste domingo. O Brasil, por sua vez, volta à quadra às 12h30 deste sábado, novamente no ginásio de Tampere. Com o resultado desta sexta, a equipe de Bernardinho chega aos 14 pontos na classificação geral e possui apenas um set perdido. Em caso de nova vitória na próxima partida e um êxito de Portugal sobre a Argentina, a equipe nacional se garante na fase final da Liga com quatro jogos de antecedência.
O jogo
Em um ginásio lotado, mas com torcida pouco animada, a partida começou com um ponto da Finlândia, após um ataque de primeira, decorrente de um erro da recepção brasileira. A partida então seguiu equilibrada até o nono ponto, quando com um excelente saque André Heller abriu dois pontos de vantagem (10 a 8).
Aí começou um passeio dos campeões olímpicos. Com ótimos ataques, especialmente de Samuel, o Brasil abriu uma vantagem cada vez maior e chegou ao set point oito pontos à frente. Mesmo sacando novamente com Heller, a primeira chance foi desperdiçada. Ex-assistente da Itália, Mauro Berruto optou por colocar Mikko Esko para sacar e tentar reagir, mas Rodrigão, pelo meio, fechou a primeira parcial em 25/17.
Para estresse de Bernardinho, a Finlândia não se abalou e voltou bem (dentro de suas limitações) para a segunda etapa. O time escandinavo chegou a ter 2 a 1 no placar, mas rapidamente tomou a virada. Ao contrário do primeiro set, porém, não deixou os brasileiros escaparem no placar.
O grande momento da etapa foi um ponto feito de segunda pelo levantador Ricardinho, que pegou a defesa adversária completamente de surpresa e fez 12 a 11. Os ponteiros nacionais, porém, estavam pouco eficientes e, em um ataque que explorou o bloqueio nacional marcou, o time da casa empatou em 17 a 17.
Bernardinho então optou pela entrada de Anderson no lugar de Ricardinho e, em busca de um melhor saque, Marcelinho na vez de André Nascimento. A medida deu certo e Rodrigão desempatou o duelo, mas mesmo assim os brasileiros não conseguiam abrir uma grande vantagem. Com isso, o capitão voltou a atuar.
O momento mais preocupante se deu nos lances finais, quando Samuel pisou na linha de três metros ao tentar um ataque pelo meio e cedeu o empate em 22 a 22. A torcida, entretanto, pouco teve tempo para se animar e, no lance seguinte, o atleta do Minas se recuperou e, em um lance muito parecido, desempatou o set. Um ataque da Finlândia pelo corredor para fora deu o primeiro set point para o Brasil na etapa. Berruto, por sua vez, pediu tempo, mas não conseguiu evitar o bloqueio triplo que deu a vantagem de 2 x 0 para o Brasil.
A Finlândia ainda teve um bom momento no jogo durante a metade do terceiro set, quando conseguiu jogar de igual para igual com a equipe de Bernardinho. Com um belo contra-ataque, Matti Hietanen chegou a colocar 12 a 12 no placar, mas logo os brasileiros retomaram o domínio e chegaram ao 20º ponto.
Em um momento de desatenção de Samuel, que tocou na rede, a Finlândia chegou ao 21/20 e quase conseguiu o empate em um saque que foi por pouco para fora. Mostrando-se em uma crescente, porém, o Brasil não se abalou e, depois de excelentes bloqueios, fechou o duelo com um 25/21 em novo ataque de Rodrigão.
