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World Wine Experience; vinhos de Israel e vinhos da Patagônia

Esta semana vamos conhecer um pouco mais dos vinhos de Israel e da Patagônia e tudo o que aconteceu na World Wine Experience, além das dicas de harmonização

Cynthia Malacarne

18/03/2022 11h00

World Wine Experience; vinhos de Israel e vinhos da Patagônia

World Wine Experience

No dia 16 de março, aconteceu no Hotel Golden Tulip Alvorada, o evento World Wine Experience, com os vinhos comercializados por essa importadora e que foram pontuados pelo Guia Descorchados. Como havia mencionado semana passada, o Guia Descorchado é uma referência na América do Sul com avaliações de rótulos da Argentina, Chile, Uruguai e Brasil.

A importadora World Wine tem uma grande gama de vinhos pontuados por esse guia, e como abriu recentemente uma loja no Parkshopping, resolveu prestigiar com esta degustação especial. Dentre as vinícolas com alta pontuação no Guia Descorchados estavam: Bodegas Garzon (Uruguai), Odfjell (Chile), Escudo Rojo (Chile), J. Bouchon (Chile), Bisquertt (Chile), Arboleda (Chile), Sophenia (Argentina), Punta Flechas (Argentina), Andeluna (Argentina) e Alto Las Hormigas (Argentina).

Sobre vinhos brasileiros…

Foram premiados pelo Guia Descorchados de 2022, cinco produtos da Vinícola Aurora, com destaque para o espumante Gioia Sur Lie Nature I.P. Pinto Bandeira com 92 pontos.

O jornalista e crítico chileno Patricio Tapia, idealizador do Descorchados, ainda distinguiu com excelentes pontuações o espumante Aurora Extra Brut I.P. Pinto Bandeira (91 pontos), o vinho Aurora Millésime Cabernet Sauvignon 2018 (91 pontos), o vinho Aurora Chardonnay I.P. Pinto Bandeira (90 pontos) e o espumante Aurora Procedências Brut Rosé (90 pontos).

O Guia Descorchados também concedeu aos mesmos rótulos os títulos de Melhores Espumantes Charmat, Melhores Superpreço de Espumantes, Melhores Espumantes Extra Brut, Melhores Pinto Bandeira, Melhores Brancos e Melhores Tintos.

Agora vamos provar os vinhos premiados da Vinícola Aurora e prestigiar nossos vinhos nacionais!

Gioia Sur Lie. Foto: Eduardo Benini
Gioia Sur Lie. Foto: Eduardo Benini

Vinhos de Israel – História, castas e regiões vitivinícolas

A história do vinho em Israel possui raízes antigas que remontam aos tempos bíblicos. Há evidências, a partir da literatura e de artefatos antigos utilizados na vinificação. A próspera indústria vitivinícola da região, no entanto, entrou em dormência após a conquista muçulmana, quando o Império Otomano começou a governar o território no início do século XVI.

A vinificação voltou à região no século XIX, com o objetivo principal de produzir vinho para rituais religiosos. No final do século, no entanto, o Barão Edmond de Rothschild, proprietário do famoso Château Lafite Rothschild em Bordeaux, tentou ser pioneiro em uma nova era de produção de vinhos, em Israel, na década de 1880. Além de plantar vinhedos e construir vinícolas com adegas subterrâneas profundas, ele contratou vinicultores e agrônomos franceses para ajudar nos primeiros esforços. Infelizmente, naquela época, o mercado de vinhos finos da região não gerou demanda suficiente para que a visão de Rothschild realmente gerasse frutos.

Apesar da viticultura ter suas raízes milenares em Israel, os vinhos deste país entraram na categoria Novo Mundo. Atualmente, há mais de 300 vinícolas, incluindo grandes e pequenas. A maioria das variedades de uva são francesas, como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Chardonnay e Sauvignon Blanc, apesar de ter crescido o interesse em castas mediterrâneas. Israel possui um total de 5.500 hectares de vinhedos, aproximadamente 60.000 toneladas de uvas são vindimadas anualmente.

Fatores geográficos interferem profundamente na qualidade da uva e consequentemente do vinho. Com fronteira ao norte com o Líbano, a nordeste com a Síria, leste com a Jordânia, sudoeste com o Egito e oeste com o Mar Mediterrâneo, Israel possui 20.770 quilômetros quadrados. O país tem 424 km de norte a sul e cerca de 135 km de largura em seu ponto mais largo. São 3 as paisagens principais: a planície costeira, que corre ao longo do Mar Mediterrâneo; a região montanhosa, e o Vale do Rifte, que é uma paisagem fértil em suas áreas ao norte e transita para o semiárido ao sul. Israel tem uma gama diversificada de solos que variam do calcário, terra vermelha (terra rossa), vulcânico, argilo calcário, giz e aluvial.

Israel produz uma média de 40 milhões de garrafas de vinho por ano. As principais regiões vitivinícolas do país são Galiléia, Shomron, Samson, Montes da Judéia e Negev, que foram designadas há mais de um século, quando as principais áreas de cultivo de vinhedos estavam concentradas na região costeira do país. Hoje, as principais regiões de cultivo estão em áreas mais frias e de maior altitude.

Semana passada fui convidada pelo Embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine, a degustar vinhos do seu país. Foram apresentados vinhos brancos e tintos, das regiões da Galiléia, Colinas de Golã e Montes da Judéia. Dentre as variedades de uvas estavam ali representadas Sauvignon Blanc, Chardonnay, Vionier, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Syrah e Petit Verdot.

Confesso que já havia degustado vinhos tintos de Israel e os aprecio bastante, no entanto, foi a primeira vez que provei os brancos desta região e fiquei muito surpreendida com a qualidade. Sempre recomendo a todos a provarem vinhos de outros países, além do circuito tradicional, para diversificar o paladar.

Vinhos da Patagônia Argentina ganham rótulos Caminito Parrilha

Cyntiha Malacarne. Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília
Cyntiha Malacarne. Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília

Semana passada provei os vinhos que a importadora La Argentina rotulou para o restaurante Caminito, na Asa Norte.

A importadora La Argentina comercializa os vinhos da Bodega del fin del Mundo, da Patagônia argentina. Essa região propicia vinhos de excelente qualidade, em razão do clima continental, da ótima amplitude térmica e da baixa umidade.

Dentre os vinhos o que mais me marcou foi o Pinot Noir, que estava com aromas de frutas vermelhas frescas, como morango, tinha uma ótima acidez, frescor, taninos firmes, mas sem perder a elegância. Provei também o vinho branco elaborado com as castas Sauvignon Blanc e Semillón que estava bem refrescante, combinando perfeitamente com o dia ensolarado que estava fazendo. Por último degustei o Malbec que estava bem equilibrado, elegante e harmonizou perfeitamente com o bife de chorizo.

Além disso, os rótulos exclusivos para o restaurante Caminito ficaram muito bonitos e nos instiga a prová-los!

Alberto Lopez e Chyntia Malacarne. Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília
Alberto Lopez e Chyntia Malacarne. Foto: Henrique Kotnick/Jornal de Brasília

Dicas de harmonização…

Para encerrar nossa coluna de hoje não poderia deixar de dar uma dica de harmonização. Hoje vou falar do que NÃO é recomendado!

Vinho Tinto X Sushi

Não tem como harmonizar vinho tinto com sushi. Por que? Vou explicar.

Há algumas razões:

Quando comemos comida japonesa usamos o molho shoyo que contém muito sódio. O sal não reage bem ao tanino e assim sobressai a sensação de adstringência, ou seja, você irá sentir sua boca muito mais ressecada.

Além disso, o sódio também ressalta a sensação alcoólica.

O peixe cru com o vinho tinto metaliza, ou seja, deixa na boca um gosto de grafite (aqui me refiro ao grafite de um lápis).

Assim, o melhor mesmo é abrir um bom vinho branco ou espumante e aproveitar seu sushi e o vinho!
Bom final de semana para todos!

Saúde!

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