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Sem Firula

Pra galera

Arquivo Geral

07/02/2017 7h00

O adiamento do jogo contra o Celta, por conta das chuvas, provocou reações extremadas dos cartolas do Real Madrid. Há quem fale até em sair do Campeonato Espanhol. Exagero. Reação típica de quem está jogando para a galera, afinal de contas…

A brilhante idéia dos cartolas merengues é sair do Campeonato Espanhol para disputar uma Supercopa dos Campeões da Europa. Para quem não sabe, a tal Supercopa seria um torneio mais amplo, disputado “pelas melhores equipes européias”, mas não apenas no Velho Continente. Uma das possibilidades é realizar jogos na Ásia (China e Japão, principalmente), aproveitando o espaço de mídia que os clubes possuem.

O problema, se é que podemos tratar assim, é que “as vagas” da Liga dos Campeões são renovadas ano a ano. Ninguém tem cadeira cativa. Apenas para dar dois exemplos fortes, quando a decisão da Liga dos Campeões foi realizada em Milão, nenhum dos dois times da cidade (Milan e Internazionale) sequer participou do torneio. E este ano, o campeão inglês é o Leicester, que desbancou todos os favoritos tradicionais.

Por que o Real Madrid deixaria de disputar o Campeonato Espanhol e continuaria na Supercopa? Por ter Cristiano Ronaldo? E quando o português parar? Percebem a incoerência da “sugestão” dos cartolas?

A irritação é válida. Diria até que concordo com a reclamação do Real Madrid sobre o exagero no adiamento da partida – como analisei ontem, agora são dois jogos que os merengues precisam pagar e o calendário está para lá de apertado. Agora, chegar ao extremo de dizer que a decisão do adiamento foi tomada para prejudicar a equipe… Dá para acreditar?

Pau é pau…

No Rio de Janeiro, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo já realizaram dez jogos contra os chamados pequenos pelo Campeonato Carioca – houve um clássico, reunindo Vasco x Fluminense. Nestas dez partidas, os grandes venceram oito (só o Botafogo empatou e perdeu, uma vez cada, mas neste fim de semana já conseguiu faturar os três pontos). Marcaram 23 gols e sofreram apenas sete. Demonstração inequívoca de como os pequenos estão cada vez menores na Cidade Maravilhosa.

Em São Paulo, na rodada de abertura do Estadual, o único grande que não venceu foi o São Paulo, surpreendido pelo Audax. Santos, Corinthians e Palmeiras (os dois últimos com alguma dificuldade, é importante registrar) ganharam. Em Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético também estão passando de passagem, até aqui, pelos pequenos.

No Rio Grande do Sul, ao contrário (a exceção para confirmar a regra), neste fim de semana os dois grandes perderam – aliás, o Internacional ainda não venceu no Estadual. Mesmo assim, percebe-se como os pequenos estão perdendo, até, aquele viés formador de atletas de alguns anos atrás.

Porta arrombada…

Estive, ontem, na reunião de pais da turma do meu mais velho do colégio.

Uma frase me chamou a atenção: “o país está precisando de ordem”. Foi dita por uma das coordenadoras (ou supervisoras, ou inspetoras, sei lá, são tantos cargos…), referindo-se ao fato de que o colégio continuaria investindo pesado na manutenção da ordem e do bom comportamento dos alunos. Fiquei feliz.

Como fiquei feliz, também, ao saber que a Federação de Futebol do Rio de Janeiro afastou, por tempo indeterminado, o árbitro do jogo Botafogo x Macaé, que não viu que a bola saiu quase um metro no lance que resultou no gol da vitória do Botafogo – aos 52 do segundo tempo.

Reafirmo: fiquei feliz. Dá para acreditar (não dá não, vou ser sincero) que as coisas podem melhorar, mas… E alguém vai devolver o ponto perdido pelo Macaé? Alguém vai ajudar o Madureira, que poderia estar com a vaga na semifinal da Taça Guanabara já assegurada?

Perceberam a situação? A punição é boa e necessária, mas acaba ficando uma atitude pela metade no momento em que não regulariza os problemas advindos do erro. Não quero, de modo algum, dizer que as punições devam terminar. Afirmo, apenas, que não pode ficar apenas nisso. Mas aí já é conversa muito mais séria e para muito tempo.

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