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Sem Firula

Aqui, compensa

Arquivo Geral

06/12/2018 8h12

Atualizada 07/12/2018 8h13

A final da Libertadores, até agora, vai ser mesmo em Madri.

Os sócios do Real Madrid, em cujo estádio acontecerá a partida, esgotaram os ingressos que estavam à sua disposição.

A Qatar Airways, parceira da Conmebol e patrocinadora do Boca Juniors, arcará com as despesas de deslocamento das duas equipes e, claro, de um monte de gente que vive de mordomias.

As duas equipes vão faturar uma grana (ainda não divulgada oficialmente).

É provável que, de lá, o vencedor saia direto para os Emirados Árabes, onde será realizado o Mundial de Clubes – e é bom lembrar que a final esperada é justamente entre este campeão e o Real Madrid.

Bem… Enquanto toda a burocracia parece estar sendo resolvida, atos esportivos/jurídicos acontecem.

A Conmebol decidiu qual será a punição ao River Plate pelos acontecimentos que impediram a realização do segundo jogo no seu Monumental de Nuñez.

Provando que deseja mesmo moralizar o futebol na América do Sul (por favor, este comentário vem repleto de ironia), a Conmebol puniu o River Plate com uma multa de US$ 400 mil e a proibição de jogar com torcida no estádio em duas partidas na próxima competição continental que ele, River, participar.

Perceberam a dureza das punições (a ironia continua)?

Uma multa de R$ 1,5 milhão (a cota do jogo em Madri pagará com sobras, tenho certeza) e duas partidas sem torcedores no estádio. Um espetáculo.

Claro que já choveram protestos, de todos os lados.

Lembro, apenas, aos amigos brasileiros, que o Flamengo, cuja torcida fez coisa parecida na final da Sul-Americana de 2017, contra o Independiente, recebeu pena mais leve.

Sendo assim, é bom os nossos cartolas ficarem espertos para não falaram bobagem.

Em tempo: a pena é ridícula, estimula novas atitudes do mesmo nível e comprova que, nos colonizados da América, o crime compensa, sim.

Extrapolando

Uma semana antes de ser convidado para treinar a seleção brasileira (talvez o colunista esteja errando por um ou dois dias), Tite assinou um manifesto contra a CBF.

Como é muito fácil bater em cachorro morto, como costuma se falar, o treinador era contra os cartolas que comandavam a entidade então.

Ao ser chamado, porém, esqueceu as críticas.

Até posou para fotos com alguns daqueles que pedia para que deixassem o comando do futebol nacional.

Agora, participante de um curso de treinadores na mesma CBF, é chamado a opinar sobre a presença do presidente eleito (é sempre bom lembrar que ainda não tomou posse, logo não é o presidente), torcedor confesso do Palmeiras, na festa do título, na última rodada do Brasileiro.

Engatada, claro, veio a pergunta se levaria a seleção brasileira a um encontro com o, aí sim, presidente da República, caso a seleção conquistasse um título.

Sem responder diretamente, mas deixando claro que não, Tite falou que as coisas não se misturam patati, patatá.
Mentira. Ou melhor, não há mistura, há quase uma tradição.

Não foram apenas presidentes da ditadura que receberam a seleção brasileira campeã.

Fernando Henrique Cardoso fez isso. Lula, também.

Aliás, este colunista esteve em almoço na Granja do Torto, com parte da delegação brasileira que disputou os Jogos Pan-Americanos de 1999, com Fernando Henrique, justamente por ter sido aquela, até então, a melhor participação do Brasil em uma grande competição internacional.

Tite, definitivamente, se acha o último copo de água gelada do deserto.

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