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Sem Firula

Alvo errado

Arquivo Geral

24/06/2016 7h00

Atualizada 23/06/2016 16h35

À tarde fico num escritório na Praça Mauá, no revitalizado Porto do Rio de Janeiro. Ouço a campainha do tal VLT para lá e para cá. Irritante. E estou no 17º andar. De vez em quando, do MAR (Museu de Arte do Rio), vêm sons que alguns chamam de música – para mim, com todo o respeito, apenas barulho. Na quarta-feira, porém, professores da rede estadual decidiram marcar ali a concentração de sua manifestação – como se sabe, no Rio de Janeiro temos escolas ocupadas por estudantes, funcionários públicos sem receber salários etc.

Entre cânticos de rimas paupérrimas e palavras de ordem, prestei atenção e os Jogos Olímpicos eram os mais criticados. Isso mesmo. Para os professores (vou partir do princípio que numa manifestação de professores estejam ali professores e, quem sabe, alunos e parentes), todas as mazelas do Rio de Janeiro vêm da realização da Olimpíada na cidade do Rio de Janeiro. E aí já começam os problemas. Os Jogos são da cidade, não do estado. De acordo com o prefeito, a cidade tem grana – o estado não, quebrou. E o investimento que o estado fez para a realização dos Jogos foi baixo, quase nenhum.

Percebem o problema? A corrupção, os desvios, os superfaturamentos, a farra de contratações irregulares é deixada de lado para criticar-se a Olimpíada. Chegaram a criticar o aporte de R$ 2,9 bilhões prometido pelo governo federal para ajudar na conclusão de obras e na segurança dos Jogos. Oras… Se não fosse a Olimpíada, Brasília (e aqui peço desculpas para citar a cidade como “representativa” do governo federal) não liberaria esta grana para o Rio. O dinheiro só vem, e com finalidades específicas (não é para pagar o funcionalismo), porque temem (sem trocadilho) que o Brasil passe ainda mais vergonha do que já vem passando nos últimos tempos internacionalmente.

E, para finalizar: manifestação de professores que mistura município com estado, que não avalia as situações citadas e depreda patrimônio público (fizeram pichações no VLT, coisa de gente sem educação) não pode ser levada a sério. Infelizmente.

Como sempre

Duas goleadas (uma de virada), um empate sem gols, um jogo com erros de arbitragem. Não se pode dizer que houve alguma novidade nas partidas realizadas quarta-feira pela 10ª rodada do Brasileiro. Pode-se dizer, sim, e até com um pingo de satisfação, que tivemos duas confirmações: Gabigol, do Santos, amadureceu (pena que pareça estar indo para a China); e William Aarão, do Flamengo, começa a se transformar no condutor que o time precisa para firmar-se. Isto, claro, se não acender a luz do interesse de algum time estrangeiro. No mais, os jogos serviram para mostrar que, aparentemente, o curto-circuito dos times mineiros era coisa passageira (exceção ao América, cada vez mais mergulhado no Z-4); que o Botafogo caminha, firme, para um campeonato de muitas agonias e sofrimento para seus torcedores; e, finalmente, que Ponte Preta, Figueirense, Fluminense e Santa Cruz precisarão contentar-se, quando muito, com alguma posição intermediária na classificação.

De tudo um pouco

A Eurocopa encerrou sua fase de grupos com algumas surpresas, poucas confirmações e muitas decepções. A grande novidade, sem dúvida alguma, é a classificação da Islândia. Pela primeira vez classificada para a fase final do torneio, os islandeses derrotaram a Áustria com um gol aos 48 do segundo tempo e terminaram em segundo lugar num grupo em que o grande favorito era Portugal de Cristiano Ronaldo (que finalmente jogou bola). Pena que, agora, terão pela frente a Inglaterra, favoritíssima. Mas… Aliás, os britânicos estão mostrando força nesta Eurocopa. Todos passaram às oitavas-de-final: além dos ingleses, País de Gales e Irlanda do Norte (que se enfrentarão), e a Irlanda (que enfrentará a França). O grande confronto das oitavas, porém, deverá ser mesmo Espanha e Itália. As duas seleções fizeram a final da Euro de 2012 e agora, pelos vacilos espanhóis, jogarão muito cedo entre si. Triste, também, registrar a eliminação da Suécia e o adeus de Ibrahimovic à seleção de seu país.

De novo

Durante todo o dia as informações eram assustadoras: chuva intensa, ventos fortes, tornado… Mas o céu azul fazia acreditar que as previsões estavam incorretas. E lá foram Chile e Colômbia para o segundo jogo semifinal da Copa América Centenário. Rapidamente os chilenos fizeram 2 a 0 e começaram a administrar – ninguém poderia imaginar que se repetiria o 7 a 0 imposto ao México nas quartas. Só que no intervalo… Bem, a tempestade chegou. E o jogo foi interrompido por mais de duas horas. Quando tudo parecia normalizado, o segundo tempo começou e o que se viu foi um jogo sem graça. Assim, Chile e Argentina repetirão, nos Estados Unidos, este ano, a decisão da Copa América de 2015, no Chile. Favorito? Não há. Mesmo com Maradona dizendo que se a Argentina não ganhar não precisa voltar para casa.

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