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Quinto Ato
Quinto Ato

Um País desgovernado

Theófilo Silva

11/06/2020 15h53

Vejam a precisão desta sentença: “A intemperança sem limites é, pela sua própria natureza, uma tirania; foi causa da queda de tronos prósperos e da vida de muitos reis”. Preciso como sempre, Shakespeare manda um recado, em 1604, para o Presidente da República Federativa do Brasil, Jair Bolsonaro. Destemperado e sem limites, é como tem se comportado o Presidente do Brasil, que dirige o país “dando coices” em tudo e em todos e o tempo todo. Seja no Congresso, entidades de direitos humanos, ambientalistas, professores, intelectuais, imprensa, na sociedade em geral e mais fortemente no STF, a quem ele declarou guerra, usando a tática do “Morde assopra”. O país vive um clima de tensão permanente, e Bolsonaro tornou-se nosso pior pesadelo nesse momento de profunda dor e sofrimento.

Bolsonaro foi eleito pelo poder do algoritmo, pelo mundo virtual com seus robôs e fake news, pelos hackers, os pistoleiros modernos e pela turma da Caverna, a saber: ingênuos, fanáticos e ignorantes. O Presidente é um homem despreparado e tirânico, considerado pela imprensa internacional e analistas em geral como o pior líder na condução da crise do Coronavírus no mundo. Seu “amigo” Donald Trump afirmou que “Teríamos dois milhões de mortos se tivéssemos seguido o exemplo da Brasil”, na condução da administração da Epidemia. Portanto, não é exagero dizer que o país está enfrentando duas tragédias simultâneas – a peste do Cornonavírus e Jair Bolsonaro.

O Presidente dissemina caos e confusão todos os dias, quando anda em Cafés, praças, abraça crianças, faz discursos na porta do Palácio do Planalto, comparece a reuniões sem usar máscara e chama o Coronavírus de “gripezinha”, enquanto mais de trinta e oito mil brasileiros já morreram. Ele não soma, só divide o país! Não bastasse isso, apoia, financia e arma um grupo de fanáticos que pregam o fechamento do Congresso e do STF. Afirmo, sem exagero, que muitas das ações dos fanáticos, apoiadas e incentivadas pelo presidente, são semelhantes às realizadas pelos fascistas e nazistas no início dos anos vinte e trinta, na Europa. Bolsonaro está flertando com a ditadura, e temos que tomar muito cuidado com isso. Seu governo já tem mais militares do que o governo do General Figueiredo.

Bolsonaro não respeita, e sequer sabe o que é liturgia do cargo. Comporta-se como um prefeitinho louco de cidade do interior. Por isso, não dá para chamar sua administração de outra coisa, que não seja desgoverno. “Gabinete do Ódio” – é assim que é chamado seu governo. Um governo tomado por ministros que mimetizam e reproduzem tudo de ruim que ele diz e faz. E mais, seus terríveis filhos são uma legião de doentes, de cães raivosos que destilam e disseminam ódio “a torto e à direita”. E esse povo ainda tem um guru, Olavo de Carvalho, um astrólogo fascista assumido que se diz filósofo!

Gostaria de falar sobre fé e esperança nesse momento terrível, mas infelizmente tenho que escrever sobre o governo, porque sei que a condução do país está nas mãos de um temerário que, com suas ações, está provocando mais dor, sofrimento e morte ao povo brasileiro. O país está sem ministro da saúde. Vejam suas últimas ações: negar e maquiar as estatísticas dos doentes e mortos pela Peste; ameaçar sair da OMS e aliar-se ao Centrão, o que há de mais nefasto na política brasileira. Que coisa horrível, isso!

Mas temos saída, Bolsonaro com seu ódio e intolerância está conseguindo unificar todo o Brasil que defende e luta pela democracia. Por fim, concluo pondo na boca desse carniceiro essas palavras de Shakespeare: “As virtudes que tanto esplendor dão aos reis: a justiça, a verdade, a temperança, a constância, a bondade, a perseverança, a misericórdia, a clemência, a piedade, a paciência, o valor, a fortaleza, em mim, não existem o menor traço”. E lembrando a ele que o “Destempero sem limites foi a causa da queda e da morte de muitos reis”. Fica o recado. E fiquemos em casa!

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