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Quinto Ato
Quinto Ato

Brasil, campeão do mundo em corrupção!

Já somos o primeiro em número absolutos, deixando nações “evoluídas” como Lesoto, Chade e Burundi para trás

Theófilo Silva

23/12/2020 13h20

corrupção

Foto: Reprodução

Faz 18 anos que o Brasil não é campeão mundial de futebol – temos o “menino” Neymar como emblema do fracasso –, em compensação, como consolo, somos os campeões do mundo em corrupção. Portanto, há muito que lamentar. Uma coisa compensa a outra. Há um tema em que também estamos no topo do ranking, que é o da criminalidade. Afinal, já são quase sessenta mil assassinatos por ano. Matamos mais gente que 52 países somados, EUA e Rússia incluídos! Já em corrupção somos o 106º. Mas, calma, vamos como cautela. Deixem-me explicar: é que, como se trata de crimes, a ordem, a posição aqui é invertida, o número 1 é o menos corrupto, no caso a Noruega ocupa esse posto, assim, quanto maior é o número, mais corrupta é a nação. Portanto, se ultrapassamos o número 100, estamos no topo.

Devemos esse título de nação mais corrupta do mundo ao Supremo Tribunal Federal – STF e sua política de liminares para soltar ladrões que roubam bilhões de reais. Cadeia mesmo, longa, apenas para os que roubam feijão e arroz em supermercado. Claro que não podemos esquecer a participação solidária, parceira, do Congresso Nacional, que legitima a roubalheira, criando leis que facilitam o trabalho dos ladrões engravatados que dominam o poder público no país. Assim, a ladroagem tornou-se uma prática comum, banal. O trabalho parceiro e solidário dos poderes judiciário e legislativo permite que permaneçamos uma nação que perpetua a miséria. Não que o poder executivo não tenha grande participação nisso tudo, ou seja, na roubalheira generalizada, seria injustiça não reconhecermos isso. Estão aí os parlamentares do chamado Centrão para confirmar o que estou dizendo. Essa turma de políticos é fechada, não se mistura com gente honesta, todos eles têm no currículo dezenas de processos por corrupção que não dão absolutamente em nada.

Citei o legislativo e o judiciário, dando destaque ao Senado e ao STF, porque esses poderes têm trabalhado em uníssona parceria para que o Brasil seja uma vergonha mundial, a nação que não dá certo, a Belíndia, com já disse um economista. A dívida do STF com o Brasil lembra a nossa dívida externa dos tempos do FMI, lembram? É praticamente impagável. Basta lembrar a famosa PEC da Bengala, em que o Senado fez um acordo com o STF, aumentando para 75 anos a idade aposentadoria de seus membros. Essa decisão imoral gerou um efeito cascata em todo o serviço público. Depois desse acordo, Senado e STF têm trabalhado bastante afinados para que não haja justiça no Brasil, e as cadeias permaneçam vazias de corruptos engravatados.

Ah, sim, o outro quesito que por pouco, muito pouco mesmo, não somos os campeões é o de número de mortes pela peste do Coronavírus. Mas, “gloriosamente”, somos os vice-campeões. Perdendo apenas para ninguém menos que os Estados Unidos da América. Uma prova de que, nesse quesito nosso presidente copiou integralmente a receita do genocida americano, o boçal não reeleito Donald Trump. Bolsonaro terá o mesmo destino de Trump, aguardem. Está perto.

No entanto, temos algo a comemorar. Foi um gol de placa digna de ser afixada em algum estádio, o placar de 6 X 5 contra a reeleição da Câmara e do Senado, proibida pela Constituição. O comportamento do presidente, ministro Luiz Fux, foi fundamental para que isso ocorresse. Por pouco, muito pouco, não foi imposta a visão de Gilmar Mendes, o ministro inimigo do Brasil, defensor da impunidade, que controla outros ministros do STF, que rezam por sua cartilha meramente política, que não tem nada ver com justiça. Dizem que o ministro Gilmar pretende inviabilizar a presidência de Fux. Vamos ver se ele consegue. Fux parece ser um páreo duro. E o Brasil está torcendo por ele. Mais uma notícia boa, este ano foram presos mais de uma dúzia de desembargadores, somente na Bahia foram seis, incluindo a presidente do Tribunal de Justiça. Vendo isso, lembro-me da sentença de Shakespeare em Medida por Medida “Num país em que os juízes roubam, os ladrões têm perfeitamente o direito de roubar”.

E assim, nesse caminhar, estamos esperando a vacina. Está bem pertinho.

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