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Quinto Ato
Quinto Ato

A Peste, A Razão e o Cristianismo

Theófilo Silva

27/05/2020 17h55

Atualizada 28/05/2020 12h07

Cristianismo

Talvez agora, a humanidade virtual, tecnológica, algorítmica, globalizada, o Império da Razão, assolada por uma peste, que podemos chamar de medieval, possa entender por que o Cristianismo consolou o ocidente e quase todo o mundo por quase dezoito séculos, até ser negado e combatido violentamente pelo Iluminismo. O Século das Luzes – a Revolução Francesa – desenterrou os corpos de todos os reis franceses do Santuário de Saint-Denys, e os profanaram, jogando-os num fosso, e dissolvendo-os com cal. Feito isso, passaram a matar o povo e depois mataram-se a si mesmos! Começava a Era da Razão! Isso mesmo, a Era da Razão! Em seguida, Auguste Conte criou o Positivismo, decretando o fim da fé e das religiões. Uma bobagem! O efeito foi efêmero, não durou, muito embora tenha tido efeito na jovem República do Brasil, ao ponto de nossos dirigentes colocarem em nossa bandeira o slogan Ordem e Progresso, o lema dos positivistas.

A Ciência é a responsável pelas grandes transformações iniciadas na Inglaterra, no início do século XVII, com o Novum Organum de Francis Bacon, e da descoberta da circulação do sangue por William Harvey! Para comprovar a revolução que a ciência fez na humanidade, basta dizer que ela quase triplicou a longevidade dos homens. O que a Anestesia, a Penicilina e a Pílula anticoncepcional fizeram pela humanidade é maravilhoso! Depois vem a tecnologia, com seus telefones, carros, aviões, geladeiras, televisão cinema e etc, etc. Não preciso sequer falar da Revolução Industrial! Aí fomos à lua; vieram os computadores; a inteligência artificial… Não que a Primeira Grande Guerra, a Gripe Espanhola e a Segunda Guerra Mundial não tenham provocado um hiato, muita dor, sofrimento, milhões de mortes e uma devastação quase sem precedentes! O mundo quase sucumbe.

O livro mais vendido no mundo em 2019, best seller, detesto esse anglicismo, foi Sapiens, do “gênio” judeu Yuval Harari, que decretou que o ser humano finalmente tinha chegado à imortalidade. Foi festejado, incensado e idolatrado por ninguém menos que Barack Obama, Mark Zuckerberg e Bill Gates e uma gigantesca legião de idiotas! O parlamento brasileiro pagou-lhe uma fortuna para fazer uma palestra no Brasil. Pensem num imbecil! O livro de Harari foi um sinal de alerta para mim de que a humanidade estava correndo perigo. Só não sabia dizer de onde viria o tal perigo. Bem, agora já sabemos – A Peste do Coronavírus, prima da Peste Negra que devastou o mundo no século XIV, e continuou a fazer misérias séculos adentro. “Entenderam turma do Algoritmo”?

Viralizar é o verbo mais utilizado pelas pessoas no mundo real e virtual. O verbo da medicina, sinônimo de disseminar, espalhar rapidamente como vírus, foi escolhido pelos hackers e algoristas como o ideal para atestar a rapidez do mundo virtual, a multiplicação de mensagens e vídeos na Internet! Pois não é que surgiu um vírus real, assassino que virou nosso mundo de cabeça para baixo! Haveria alguma coincidência nisso tudo – Vírus virtual e Vírus real? Digam, não é engraçado? Uma grande coincidência, isso! Vamos discutir ao longo do tempo! Deixo a reflexão!

Bem, veio à Peste Negra, Gripe Espanhola, Gengis Khan, Hitler, ou seja, monstros invisíveis e monstros humanos! Lembro que Shakespeare enfrentou um surto de peste que devastou Londres, obrigando a fechar os teatros, uma das poucas diversões fechadas daquela época. Shakespeare aproveitou para escrever Rei Lear, Macbeth e os 154 Sonetos. E ele nos deixou essas palavras, em Macbeth, a praga humana que devastava a Escócia “Não há longa noite que não encontre o dia”. É isso, a luz virá! Deixemos a ciência trabalhar! Nada de viralizar, vamos orar!

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