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Olhar Strano
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Espelho da sociedade, BBB acerta em coibir crime de importunação sexual

Expulsão de MC Guimê e Cara de Sapato mostra que o programa tem tentado acompanhar a evolução da sociedade

Danilo Strano

20/03/2023 5h00

Foto: Reprodução/TV

Há mais de duas décadas ininterruptas no ar da maior emissora de televisão brasileira, o Big Brother Brasil teve, pela primeira vez, dois integrantes expulsos simultaneamente por um possível crime cometido dentro da casa. Fonte da maior arrecadação de recursos da Globo, com patrocínios milionários, o BBB teve que se posicionar depois que as redes sociais e outros veículos de comunicação, inclusive internacionais, cobraram uma atitude da emissora.

Os agora ex-participantes MC Guimê e Cara de Sapato são suspeitos de terem cometido crime de importunação sexual contra Dania Mendez, participante mexicana vinda do reality La Casa dos Famosos — o BBB do México. A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou um inquérito para apurar a conduta de Guilherme Aparecido Dantas Pinho, o MC Guimê, e do lutador Antônio Carlos Coelho de Figueiredo Barbosa Júnior (Cara de Sapato).

Não é primeira vez que ocorrem investigações por alguma importunação de um homem contra uma mulher no programa. Na edição de 2017, o médico Marcos Harter foi expulso após ser acusado de agredir Emilly Araújo. Na edição de 2020, o participante Pyong Lee não foi expulso, mas teve um inquérito aberto contra suas atitudes em uma festa. Na ocasião, a Delegacia da Mulher do Rio investigou se ele cometeu abuso sexual.

No código penal, o crime de importunação sexual é caracterizado como: Art. 215-A – “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia (prazer sexual) ou um terceiro”.

Durante esses mais de 20 anos, o programa acompanhou a evolução da sociedade brasileira. Se casos como a importunação sexual cometidos por Cara de Sapato ou Guimê ocorressem nos anos 2000, possivelmente seriam tolerados porque, à época, o machismo enraizado definia o homem como predador. A realidade agora é outra. Mulheres conquistaram direitos, e os homens precisam se adequar à nova realidade, caso contrário, responderão perante a lei.

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