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Olhar Strano
Olhar Strano

Democracia brasileira sofre seu mais duro ataque

Terroristas desafiam os poderes no Distrito Federal

Danilo Strano

09/01/2023 10h30

Foto: Evaristo Sá/AFP

Com a apuração do resultado do primeiro turno das últimas eleições, muitos analistas cravaram que este seria o Congresso mais conversador eleito após a redemocratização. Com nomes conhecidos e novos, as pautas conservadoras tiveram representantes eleitos com votações relevantes.

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa era de uma oposição forte. Imaginou-se que o petista teria muita dificuldade em dialogar com o Poder Legislativo e principalmente pautar sua agenda. Mas mesmo antes de assumir oficialmente, o governo Lula foi criando conexões com os partidos mais conservadores, sobretudo aqueles que não estão oficialmente na chapa de Bolsonaro. União Brasil e PSD, inclusive, já ocupam ministérios.

Mesmo com as alianças se formando e o Executivo governando, alguns continuam, de forma antidemocrática, a se posicionar contra o resultados das urnas. Como diz um ditado popular famoso: nada se cria, tudo se copia. Parte pequena da oposição ao governo Lula certamente tem levado o ditado à risca. Copiando o que os seguidores mais radicais de Donald Trump fizeram nos Estados Unidos no episódio do Capitólio, eles se apoiam em pequenas manifestações públicas, como visto ontem no Distrito Federal, mas com alto impacto midiático e social, além de continuarem na frente de alguns QGs do exército.

O caso de ontem na capital federal é mais um desafio às instituições. Os agentes de segurança pública não conseguiram, novamente, impedir uma manifestação que depredou prédios públicos. Mesmo com a inteligência das forças de segurança tendo ciência da intenção dos manifestantes, pouco foi feito.

Por outro lado, grande parte dos deputados e senadores eleitos na esteira da popularidade do ex-presidente Bolsonaro não apoiam estas manifestações e estão se aproximando de Lula. A história da política nacional foi construída à base de traições. Esperar que os congressistas eleitos escolheriam se afastar do Poder Executivo para defender sua pauta conservadora é, no mínimo, de uma inocência ímpar. Parte pequena da população pode continuar na rua, em meio a sol e chuva, mas se nem mesmo o maior líder do conservadorismo quis ficar no Brasil para fazer oposição, certamente eles não terão sucesso. A democracia prevalecerá.

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