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Olhar Strano
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Brasil deixa de ser pária internacional

Ida do presidente Lula aos Estados Unidos marca retomada

Danilo Strano

13/02/2023 10h23

Foto: AFP

“Então que sejamos esse pária”. Esta fala do então ministro das Relações Internacionais Ernesto Araújo marcou os quatro anos de governo Bolsonaro em relação ao Exterior. Com poucos acordos bilaterais, críticas a ambientalistas, enfraquecimento do Mercosul e ataques a lideres mundiais, o Brasil, que tem um histórico de protagonismo regional e relevância em discussões mundiais, se fechou e ficou falando apenas para o público interno.

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o chefe de Estado dos Estados Unidos, Joe Biden, em sua segunda visita internacional no atual mandato. Lula aproveitou para se posicionar fortemente contra o governo Bolsonaro ao fazer um balanço da gestão passada, afirmando que Brasil se automarginalizou nos últimos quatro anos, inclusive, com a “avalanche” de produção de fake news. Neste momento, Biden respondeu que isso soava familiar a ele, fazendo referência ao ex-presidente americano Donald Trump, também conhecido por propagar teorias da conspiração e se comunicar apenas por redes sociais.

A escolha de Marina Silva para comandar a pasta do Meio Ambiente também colaborou com esse prestígio do Brasil na comunidade internacional. Marina tem um longo histórico de serviços prestados na luta da preservação do meio ambiente e é reconhecida por isso.

O professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser, ressaltou, no ano passado, que a questão climática atrai naturalmente uma oportunidade para o novo governo. “Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil e particularmente para o Lula porque, gostando ou não, a questão climática, correlacionada à questão ambiental, é A questão. Não tem outra hoje que não seja esta”, afirmou Nasser à Revista Fórum em novembro de 2022.

Seja pela ausência de relações internacionais do último governo ou pela necessidade do mundo discutir a questão ambiental, o Brasil tem uma oportunidade única de se destacar internacionalmente. Nos próximos dias, Lula deve ser convidado para a reunião do G7 que ocorrerá no Japão, importante posição entre as potenciais mundiais, que Bolsonaro não conseguiu em nenhum encontro.

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