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Muito Prazer, Luisa Miranda
Muito Prazer, Luisa Miranda

BBB, sexualidade e cultura

Reality show tem mostrado de forma muito interessante — e por vezes triste — de que forma várias questões culturais relacionadas a gênero acontecem no dia a dia

Lu Miranda

18/01/2024 11h21

Arte: Lu Miranda

Questionar e tentar ressignificar crenças, valores e comportamentos pode ser um dos maiores desafios enfrentados por grande parte de nós, principalmente porque muitas dessas regras já estão enraizadas em nossa sociedade. E o BBB 24 tem mostrado de forma muito interessante — e por vezes triste — de que forma várias questões culturais relacionadas a gênero acontecem no dia a dia. Homens, em sua maioria, se sentem no direito de invadir, opinar e criticar as mulheres, nos âmbitos físico, intelectual e emocional.

Nesse sentido, a nossa cultura tem um papel muito relevante, já que está relacionada diretamente à geração do conhecimento e ao exercício do pensamento, valores muito importantes para o desenvolvimento da sociedade. O meio cultural é importante na formação individual, moral e intelectual, além de interferir na capacidade de nos relacionarmos com o outro.

É possível perceber, de forma muito clara, como alguns comportamentos estão impregnados em cada um de nós e, consequentemente, em nossa sociedade. Destaque para o desrespeito ao feminino: ao corpo, a alma, à nossa presença e nossa história. Nós, mulheres, estamos sempre ocupando um papel inferior, independentemente do quão boa e inteligente sejamos. Luta cansativa, viu?!

Reconhecer o machismo já é um grande passo. Sororidade e acolhimento entre as mulheres e mais consciência e estudo para o masculino também podem ser boas ferramentas para compreender e lidar melhor com situações semelhantes às que vêm acontecendo no reality show.

Vale ressaltar que a cultura educa, mas também deseduca. Sendo assim, cabe a nós o papel de questionar esses valores que tanto matam, magoam e fazem sofrer.

E eu sei que, para muitos, o BBB é uma grande bobagem. Mas ali temos um recorte social onde acontecem coisas que também ocorrem aqui fora, na vida real.

Caso você tenha tido gatilhos por conta do que assiste, procure acolhimento profissional. Ninguém precisa passar sozinho situações de sofrimento. Nem homens, nem mulheres.

Somos todas pessoas em construção, não se esqueça. E faça seu papel na sua cultura local, o combate ao machismo precisa ser toda hora. Já basta, né?!

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