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Muito Prazer, Luisa Miranda
Muito Prazer, Luisa Miranda

Adeus ano velho, feliz prazer novo

Como entender melhor os limites entre autocuidado, prazer e cobrança?

Lu Miranda

20/12/2023 15h16

Arte: Lu Miranda

O fim do ano chegou, e junto dele, questionamentos sobre como estamos vivendo nossas vidas. Promessas não cumpridas, metas procrastinadas e muita coisa a ser feita. Como entender melhor os limites entre autocuidado, prazer e cobrança?

Esse ano ouvi muitas queixas sobre esse assunto e pude perceber o quanto nos cobramos excessivamente. Um mix de positividade tóxica com crenças limitantes, entende? Maravilhoso, só que não. E quando o assunto é prazer, isso se torna ainda mais curioso, afinal, como se cobrar para ter algo que deveria ser só uma consequência?

Pois é, queremos viver o prazer e o autoamor, mas de preferência sem sair desse lugar de recompensa imediata, algo absolutamente dificultador quando falamos de autocuidado. E eu sei que é mais difícil que parece. Eu também passo por inúmeros desafios, inclusive, depois que descobri meu diagnóstico de TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade), muita coisa mudou, e ter humildade para acolher todas as consequências desse transtorno é algo super difícil e que demanda, sim, amor, acolhimento e prazer — prazer esse que envolve me conhecer melhor.

Inclusive, algo que estou aprendendo bastante com meu TDAH é o quanto me cobro por acreditar, muitas das vezes, que não sou boa o suficiente, incluindo para escrever os textos aqui. Passo horas pensando no que escrever para vocês e em como usarei as palavras da melhor forma. Juro, é bem desafiador. Mas tento passar por cima das minhas inseguranças e escrevo, ainda que cheia de medos e receios.

“Mas é só relaxar e escrever”, disse minha amiga, a jornalista e comunicadora Neila Medeiros. Contudo, apesar de parecer simples e linear, é tão mais complicado, não é mesmo?! E, não à toa, chegamos ao fim do ano tão cansados e ainda atolados de tarefas, afinal, não basta aquilo que temos que fazer por nós mesmos, precisamos cuidar das necessidades daqueles que amamos, o que nos sobrecarrega ainda mais. Prazer virou cobrança, e autocuidado, uma grande obrigação. Chato, né?!

Sendo assim, desejo que, no próximo ano, você se cuide mais; aprenda a impor melhor seus limites; se empodere melhor e de forma mais saudável; e nunca duvide da sua capacidade de conquistar o que bem quiser. Que você aprenda a lidar melhor com suas frustrações e possa compreender melhor como sua mente e seu corpo estão funcionando diante de todo o contexto.

Olhar para si com amor e cuidado deveria ser leve e fluido, mas, com tantas cobranças, ser leve parece quase impossível, principalmente com as festas de família se aproximando. Diante disso, se eu puder dar uma dica: tente aprender com suas experiências, revisite suas emoções e entenda quais você quer melhorar e quais quer enfraquecer a partir do ano que vem. Se veja com mais consciência e amor e foque naquilo que você pode fazer por si mesma, afinal, se não o fizer, ninguém mais o fará. E lembre-se de se divertir bem, não porque você precisa, mas porque é importante para você.

Adeus ano velho. Seja quase bem-vindo, ano de novos prazeres.
E que junto de você estejam as boas escolhas, os bons hábitos e as risadas soltas.
Hoje e sempre.

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