Menu
Coluna Marcelo Chaves
Coluna Marcelo Chaves

A revista pioneira das artes

Marcelo Chaves

04/07/2016 19h02

A revista Dasartes é pioneira na divulgação de informação sobre as artes visuais. Com oito anos de existência, o veículo acumula uma média de 100 mil leitores por mês. Mensalmente, a revista aborda temas quentes sobre o mundo das artes, produzindo conteúdo crítico e disseminando conhecimento com linguagem simples. Confira a entrevista com Liege G. Jung, diretora da revista:

Como surgiu a revista?

Ela existe desde 2008 e inicialmente era impressa semestralmente. Quando começamos era a única revista de arte no mercado brasileiro e por isso fez muito sucesso. Fomos bem recebidos por causa dessa carência. De lá pra cá, a Dasartes só cresceu.

Há algum tempo a revista virou digital. Como foi esse processo?

Liege com o chanceler da Unifor Airton Queiroz, na abertura da exposição de sua coleção

Liege com o chanceler da Unifor Airton Queiroz, na abertura da exposição de sua coleção

Começou de três anos para cá. A gente já tinha uma noção que o mercado impresso iria decair, então começamos a nos planejar. Um investidor contribui para um aplicativo para que a revista fosse exclusivamente digital e isso adiantou a migração. A revista pode ser lida, gratuitamente, pelo aplicativo, pelo site, tablet, computador ou na banca virtual issuu.

Para quem prefere ler o material impresso, ainda é possível conseguir um exemplar?

Sim. Temos o programa “Amigos das Artes”, no qual é possível se afiliar e virar um parceiro a partir de uma contribuição mensal, que fica a cargo da pessoa. De acordo com a quantia que a pessoa contribuiu, ela recebe prêmios variados, entre eles, a revista. Também criamos uma plataforma a pedido dos assinantes que queriam continuar recebendo o impresso, então produzimos somente o número exato daqueles que solicitam.

Que tipo de material é veiculado?

No site e nas redes sociais, focamos em conteúdo instantâneo sobre exposição e artistas que ganharam algum prêmio. Na revista, fazemos matérias mais extensas com conteúdo crítico sobre exposições e artistas que merecem algum destaque. Fazemos uma seleção do que está acontecendo e a partir disso fazemos resenhas e críticas, de uma forma que seja acessível para o público leigo, porque um dos nossos objetivos é democratizar a arte.

liegeComo é feita a curadoria de conteúdo?

Temos um conselho editorial com profissionais reconhecidos, que enviam sugestões e aprovam as pautas. O pessoal da redação reúne alguns assuntos que chegam até nós, monta uma pré-pauta e aprova no conselho, pegando sugestões.

A revista trabalha com alguma vertente específica ou abrange todos os estilos?

É muito amplo. Em cada edição procuramos ter um equilíbrio. Tem de tudo – contemporâneo, internacional, coisas mais acadêmicas até artistas mais antigos.

Sendo a Dasartes gratuita, como vocês arcam com as despesas?

Com a ajuda de anunciantes e patrocinadores. Vendas de revista em si não sustentam nenhum veículo. Os custos com logística, impressão e distribuição são muito altos e isso acaba inviabilizando o processo. A mudança para o digital ajudou bastante porque o custo é menor e aumentou nossa base de leitores.

Qual a importância da revista na divulgação das artes plásticas?

A Dasartes é a única produtora de conteúdo 100% gratuita do Brasil. Isso a estabelece como pioneira em informação em artes visuais e acho vital que o público encontre informação na rede, porque são poucas as fontes. É um dos poucos os sites onde as pessoas vão para saber notícias das artes e ter acesso à produção de conteúdo crítico, de forma aberta, atingindo mais pessoas.

O Brasil é um países pobre em cultura, que é um produto de elite. Se consumir cultura for caro, vai continuar sendo algo das classes mais privilegiadas. A revista é um exemplo de produção cultural independente de agentes do governo e trabalha de forma exemplar. Gostaria que outros produtores se espelhassem nessa forma de trabalho.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado