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Lulu no Quadrado
Lulu no Quadrado

Um café vegano conseguiu me converter?

Durante muito tempo, o mercado gastronômico abarcou o vegetarianismo e o veganismo de maneira bastante relapsa, quase preguiçosa. Hoje, Brasília já tem casas especializadas que fazem uma comida tão boa, que até os não adeptos dessas dietas frequentam e gostam.

Lulu Peters

18/01/2023 5h00

Atualizada 17/01/2023 18h36

Fotos: Lulu Peters

Brasília tem fama de ser ‘atrasada’ em alguns aspectos gastronômicos. Além dos problemas relacionados ao atendimento – uma reclamação quase uníssona dos frequentadores de restaurantes – acho que o fato de sermos uma capital bem menor que outros centros urbanos, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, nos faz levar mais tempo para ofertar produtos que atendam novas dietas e realidades.

Por exemplo, há menos de uma década era quase impossível para um portador de doença celíaca comer fora, já que mesmo pratos sem glúten poderiam sofrer contaminação cruzada no preparo da cozinha. Pessoas com intolerância grave à lactose não podiam nem sonhar em comer um doce cremoso ou à base de chocolate. E até um dia desses, as opções vegetarianas se limitavam à “salada da casa”, batata frita ou massa ao sugo.

Com a popularização do veganismo, que foi injustamente visto com maus olhos por muitos apaixonados por gastronomia, simplesmente por se tratar de uma questão de escolha e não “de alergia”, a falta de produtos ficou ainda mais evidente.

Por esse atraso na nossa compreensão do veganismo – que alcança muito mais que a dieta e inclui proteção aos animais e questões ambientais – acho que ficamos muito tempo sem entender que uma comida boa, verdadeiramente repleta de sabores e texturas, não precisa conter ingredientes de origem animal.

É o que eu descobri no Casinha Vegan Café, um local que não apareceu no meu radar, apesar de já existir desde 2018, quando as duas sócias, Luana Isidro e Lívia Aquino, desenvolveram e testaram um cardápio diversificado com opções doces e salgadas repletas de sabor e texturas.

Deu tão certo que, após fazerem uma pesquisa entre os clientes, descobriram que 50% dos frequentadores mais assíduos sequer é vegana ou vegetariana. E posso confirmar: hoje, indicaria o Casinha para qualquer pessoa que queira comer bem, e ponto final.

Aos sábados, a partir das 10h30, o local despojado, charmoso e confortável oferece mesas, redes, cadeiras de praia e até sofás, além de duas opções de brunch! Eu, que sou vidrada num menu completinho, adorei a proposta.

Para a Opção 1: salada de fruta, waffle de pão de beijo, panna cotta e bebida, entre café, chá ou pink lemonade.

O waffle de pão “de beijo” me deixou chocada. Não sei de que forma produziram uma versão vegana de um pão de queijo, mas super funcionou. Eu até dispensaria o requeijão vegano que vem por cima, achei um pouquinho enjoativo.
Agora, de resto, foi na opção 2, uma verdadeira refeição para 2 pessoas: porção de bolinho de fradinho, algo entre um falafel e um acarajé, super bem temperado, levemente picante, crocante por fora, hum, uma delícia! O banh mi, o famoso sanduíche vietnamita, me impressionou muito pela sua complexidade, tanto de textura, quanto de sabores, feito com cenoura, pepino, pimentão, molho de amendoim, sriracha e tiras de tempeh* defumadas, que fazem toda a diferença! Outra surpresa foi o waffle doce, com creme de avelã e morango, delicioso!

A opção 1 de brunch custa R$ 55,00 e a opção 2, R$ 74,00. É possível pedir os produtos separadamente, também. O Casinha funciona de segunda a sexta de 12h às 20h, e sábados e domingos de 10h30 às 16h.

O saldo final é: não virei vegana, mas o Casinha certamente me colocou para pensar no assunto!

*O Tempê ou Tempeh é um alimento típico da Indonésia, produzido pela junção de grãos cozidos e o fungo Rhizopus Oligosporus fermentados, altamente proteico, nutritivo, rico em fibras e naturalmente sem glúten.

Serviço
CLN 411 BL D – Asa Norte
instagram.com/casinhacafe
Telefone: (61) 99316-5763

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