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Lulu no Quadrado
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Noru Sushi Lounge: nasce uma estrela em Brasília

Estou muito empolgada escrevendo este texto. Então, vamos começar pelo começo

Lulu Peters

22/07/2022 12h53

Foto: Lulu Peters/@lulunoquadrado

Há alguns dias, uma grande amiga disse que eu precisava conhecer um restaurante japonês novo no Noroeste. Falou, repetidamente, que seria a coisa mais incrível, ao que eu respondi “claro” (pensando se eu me despencaria mesmo do Guará até o Noroeste para comer sushi, por mais que eu idolatre a culinária e a cultura japonesas).

No dia marcado para nossa visita, ela viu minhas reações e me acusou de ter subestimado seus comentários. Ela estava certa.

Eu já tinha ouvido elogios à casa recém aberta, mas coisa rápida, um stories recente sobre delivery. Mas aí lembrei que tinha achado muito legal o trabalho deles em casa. A princípio, o Noru levava, não só a comida, mas toda a experiência do Omakase para dentro do lar do cliente.

Omakase é uma palavra japonesa derivada do verbo confiar – “makaseru” – e é utilizada no Japão, dentro do contexto gastronômico, para determinar o ato de “entregar ao Chef” ou “deixar nas mãos do Chef”.

E que chef! William Nishimura faz parte dessa estrela em ascensão, que é o Noru Sushi Lounge, porém, já levou para dentro da empreitada outras 3 estrelas….Michelin! Sim, o chef leva na bagagem experiências de outros três restaurantes japoneses de São Paulo, como o Kinoshita, que foram agraciados com o maior louvor da gastronomia.

Vou abrir um parêntese para falar da coragem do idealizador, Filipe Pataro. Se muitos só apontam os obstáculos de se empreender em gastronomia da cidade, ele – que realmente enfrentou vários percalços – usou de toda sua confiança e coragem, além de estudos muito sérios sobre o mercado do Noroeste e de Brasília para abrir a loja. E ousa declarar que quer trazer a primeira estrela Michelin para a cidade. Eu não duvido. Como disse George McFly (referência de gente idosa, do filme De Volta para o Futuro): “quando a gente realmente quer, a gente consegue”.

Vejam bem, temos, sim, o New Koto e outros locais que oferecem um sushi de qualidade. Mas estou falando daqueles locais aos quais vamos quando visitamos São Paulo, e pagamos a conta felizes, porque saímos não apenas “satisfeitos”, mas encantados, como se um novo universo tivesse sido aberto através do paladar.

Ingredientes como barriga de salmão, salmão selvagem, vieira, polvo, atum, camarão tigre, king crab, foie gras, uni (ouriço), unagui (enguia), enfim, sazonalmente ou não, a casa oferece tudo isso!

E me desculpem se não consigo listar os ingredientes de tudo o que comi, porque, na hora em que provei o primeiro sushi, servido com esferas de molho Shoyu, notas apimentadas e apresentação impecável, não consegui mais falar. Ali, era eu reverenciando as escolhas do Chef.

As duas amigas que me acompanharam ficaram me perguntando porque eu estava tão quieta. É que eu estava tendo uma experiência religiosa. E não falamos quando estamos rezando, certo?

Um prato mais delicioso que o outro e não estou falando de sushi tradicional, não. Tem, sim, pimenta, teriyaki e azeite trufado. Mas tem uma composição quase gastro-sinfônica, e o Chef até explica tudo o que entrou na sua seleção, mas eu queria apenas estar lá e provar cada criação em silêncio.

Do risoto com edamame e ovas de massago, do camarão tigre empanado, do niguiri de atum magro com foie gras e sweetchilli, até o niguiri de haddock defumado, tudo, tudo me fez ajoelhar (metaforicamente, mas quase fui ao chão literalmente, também).

Para os mais tradicionalistas, a casa conta com todo o tipo de sushi e pratos quentes, como temaki, urumakis, teppanyakis, guioza, duplas de ovas, etc.

Mas eu recomendaria o Omakase. São 9 pratos e mais uma sobremesa. Sem contar a experiência do balcão, que é, no todo, incrível. No cardápio da casa, o preço que consta lá é R$337,81. É claro que, dependendo dos ingredientes, deve dar uma variada, mas vale cada centavo.

Os drinks são um caso à parte, sendo o Sakura uma unanimidade na mesa, com Jack fire, gin, suco e limão, gengibre, pure yuzu e tónica ginger, é desses para tomar a noite inteira, principalmente no calor. Já o Yakuza, o que tem de agressivo no nome lhe sobra de doçura, mas, acreditem, na medida, com sake, lichia, licor cointreau, calda de lichia, flor de sal e cereja (R$32,81), lembrando a bandeira do Japão, visto de baixo. E, claro, minha obsessão em provar tudo que é mule, o Moscow Izu, feito com sake, syrup de gengibre, suco de limão e Espuma Wasabi (R$33,81). Os drinks clássicos e exclusivos, vão de R$30,81 a R$33,81. Uma pechincha, para o que entregam.

Então é isso. Temos aí um concorrente sério de casas que já deixaram para trás o nicho “cozinha peruana” e “cozinha japonesa” e se tornaram algumas das melhores da cidade. Noru está, definitivamente, no páreo.

Apesar da ideia de um menu exclusivo, feito na hora, com ingredientes espetaculares, poder assustar pela possibilidade de ter que deixar um rim, relaxem. Primeiro, porque o ticket médio da casa, fora do Omakase, é de R$200,00 (o que pagamos por aí em sushi boqueta) e, segundo, porque apesar de tudo, a casa realmente tem preço JUSTO, entrega muito e te poupa de comprar passagem para São Paulo. Já começa economizando por aí.

Eu falaria da decoração e dos saquês, mas vou acabar escrevendo um livro. Como eu digo, mas apenas às vezes: só vão.

Serviço
Noru Sushi Lounge
CLNW 10/11 Lote B, loja 2 Setor Noroeste
Contato e reservas: (61) 99276 0230
Cardápio completo: https://www.hubt.com.br/sushi-noru-lounge/#NORU-OMAKASE

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