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Histórias da Bola
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Walfrido, o Espanador da Lua

Pernambucano, nascido no 17 de dezembro de 1947, Walfrido foi mais uma das apostas vascaínas em atacantes revelados na terra dele

Gustavo Mariani

27/07/2020 14h04

Atualizada 11/11/2020 16h24

Antigamente, os speakers esportivos apelidavam atletas de futebol. Casos do goleiro Castilho, “O Leiteiro”,  alusão a um leiteiro que comprara bilhete lotérico premiado;  o “Apollo Nove”, festejando nave espacial norte-americana e o “matador” Dario, do Atlético-MG; o “Peito de Aço”, o artilheiro Flávio Almeida, do Inter-RS, e o “Galinho de Quitino”, o brigador Zico, do Flamengo.

No Vasco da Gama, um centroavante muito alto foi apelidado por “Espanador da Lua”. Batizado e registrado por Walfrido, dos 45 gols que marcara quando recebeu a alcunha, oito haviam sido em cabeçadas, o que comprovava a sua boa impulsão.

Pernambucano, nascido no 17 de dezembro de 1947, Walfrido foi mais uma das apostas vascaínas em atacantes revelados na terra dele, casos de Ademir Menezes, Vavá, os irmãos Almir e Adílson Albuquerque, Juninho Pernambucano e Leonardo. Ele, no entanto, demorou a ganhar uma chance no time principal.

Quando foi escalado, Walfrido teria pela frente, no 5 de novembro de 1967, o melhor time carioca do momento, o Botafogo. Não se impressionou. Aos 27 minutos, chapelou um zagueiro e não deu chances de defesa ao goleiro alvinegro. Levantou a galera do “Almirante”. Na etapa final, ele fechou a conta: Vasco 2 x 0.

Quem era aquele granDalhão? Queria saber a torcida. Melhor resposta a moçada teria na rodada seguinte, quando o Almira mandou 4 x 0 FlamEngo, com mais um tento do grandão. Mesmo assim, Walfrido ainda não emplacou.

Desde 1968, curtiu muito o banco dos reservas, quando jogou, deixou um pelo Estadual, em três prélios, e dois tentos pela Taça Guanabara. Totalizou sete bolas no filó, em amistosos. Juntando com os gols no Torneio Rio-São Paulo, asssinalou 11, inclusive dois diante do Santos do “Rei Pelé”. Terminou lembrado para a  Seleção Brasileira, aos 21 de idade. Só não entrou em campo.

Veio o 1969 e mais 14 tentos, entre jogos oficiais e amistosos. Seria, porém, em 1970, quando o Vasco da Gama chegava a 12 temporadas sem o título estadual, que Walfrido emplacaria pra valer. Pelos inícios da temporada era reserva. Até que o treinador Elba e Pádua Lima, o Tim, resolveu apostar nele, que correspondeu, indo à rede contra três times pequenos. No 30 de agosto, diante do Flamengo, debaixo de muita chuva, ele  chegou primeiro na bola que havia parado em uma poça d`água no gramado do Maracanã. Fez o gol da vitória vascaína, por 1 x 0, e levou a galera vascaína ao delírio.

Walfrido, mesmo com aquele gol, não demorou a perder a sua vaga para Dé, que o Vsco tirara do Bangu. Voltou a Pernambuco e defendeu o Santa Cruz. Em 1972, foi negociado com o América-RJ que, tempinho depois, o dispensou. Então, ciganou por Toluca-MEX, Vera Cruz-MEX, Ypiranga-BA, Paysandu-PA, Noroeste-SP, Volta Redonda, Estrela do Norte-ES, Fluminense de Nova Friburgo, Portuguesa de Acarigua-VEN  e Paysandu-PA, até parar, em 1976.

Com chuteiras penduradas, Walrido tentou ser treinador das divisões de base do Vasco (futebol/futsal masculino e futebol feminino), mas não foi longe, como esperava o locutor Waldir Amaral, que lhe arrumara o apelido de “Espanador da Lua”. No recente 5 de fevereiro deste 2010, Walfrido Campos Filho foi levado por uma pneumonia.

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