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Histórias da Bola
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Vascaçapadas do Fla

Na rivalidade Vasco x Flamengo, iniciada em 1923, nada mais prazeroso do que ser campeão em cima do rivalaço

Gustavo Mariani

22/01/2021 12h39

Na rivalidade Vasco x Flamengo, iniciada em 1923, nada mais prazeroso do que ser campeão em cima do rivalaço. Neste quesito, os flamenguistas anotam duas grandes cartadas no caderninho.

A primeira aconteceu no 10 de janeiro de 1954, em um domingo com o torcedor agitando e transpirando emoção em um Maracanã que arrecadou a fabulosa quantia (para a época) de Cr$ 2 milhões, 108 mil, 312 cruzeiros e 20 centavos, pagos por mais de 100 mil almas. Ainda valia pela temporadas-1953 e o grupo montado pelo presidente Gilberto Cardoso (foto/D ao lado do técnico Fleitas Solich) tentava o título que não saía há nove disputas. Naquela tarde, o Flamengo não só o conseguiu, como o antecipou, a uma semana do final do torneio, goleando o Vasco da Gama, por 4 x 1; a segunda epopeia está anotada no 12 de fevereiro de 1955, com 2 x 1 Vasco e mais um título conquistado a uma rodada do encerramento da competição, igualmente valendo pelo torneio do ano anterior.

Em 1954, foi o primeiro título rubro-negro na Era Maracanã, que já tivera o rival sorrindo por ali, em 1951 – pelo Estadual-1950, em 28 de janeiro de 1951, atrasadamente, devido a Copa do Mundo-1950 – e em 21 de janeiro de 1953, alusivo a 1952. Era pra o Flamengo comemorar mais do que muito, pois a campanha fora dificílimo, tendo disputado três turnos, o terceiro contra os seis times mais fortes dos dois anteriores. Ainda mais porque a sua rapaziada não havia conseguido vencer o Vasco da Gama nos dois turnos anteriores, quando ficaram nos mesmos 3 x 3 de 29 de setembro e de 25 de outubro.

Treinado pelo paraguaio Fleitas Solich, o time rubro-negro mandou o maior rival buscar a bola no fundo da rede, aos 12 minutos, por Esquerdinha, em chute desviado pelo lateral-esquerdo vascaíno Jorge Sacramento, mas com o juiz Harry Hartless desconsiderando isso. Aos 32, Índio aumentou e, aos 45, Benitez escreveu 3 x 0 no placar. Virar o primeiro tempo com tamanha vantagem, era pra Giberto Cardoso e toda a sua diretoria acender o charuto e começar a comemorar. Ademir Menezes, reduziu, para 1 x 3, aos 15 do segundo tempo, mas Benitez, cobrando pênalti, aos 44, fechou a conta dos 4 x 1 indiscutíveis, mandados por: Garcia, Marinho e Pavão; Servílio, Dequinha e Jordan; Joel Martins, Rubens, Índio, Benitez e Esquerdinha – na última rodada, Fla 1 x 0 Botafogo, fechando temporada com 21 vitórias, quatro empates e duas derrotas.

No 12 de fevereiro de 1955 (não esqueça que valeu pelo campeonato de 1954), o Flamengo precisou virar o placar, aberto por Ademir Menezes, aos 18 minutos, para ser o campeão, antecipadamente – Índio empatou, aos, aos 39 da mesma etapa, e Paulinho, virou, aos 22 do segundo tempo. Aquele clássico da penúltima rodada do Campeonato Carioca foi apitado por Antônio Viug e teve este Flamengo em campo: Garcia, Tomires e Pavão; Servílio, Dequinha e Jordan; Paulinho, Rubens, Índio, Benitez e Evaristo.

Para o presidente Gilberto Cardoso, além de vencer o grande rival Vasco da Gama e antecipara mais uma conquista, era a confirmação da superioridade técnica do seu clube sobre o rival – 2 x 1, em 17.10.1954 e 0 x 0, em 09.01.1955, nos dois turnos anteriores. Portanto, duas vitórias em situações iguais, no fechamento de duas temporadas, agora dentro de um cartel de 20 triunfos, cinco empates e duas derrotas.

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