Em 1923, com poucos podendo comprar um rádio – importados e caros -, quem não o tinha, precisava ir ao estádios, ou ler no jornal do dia seguinte o resultado da pugna. Surgiram muitas emissoras pelo país a fora, mas o improviso ainda era uma marca do momento, mesmo crescendo muito o interesse do torcedor pelo futebol.
Em 1924, repetindo o que fora feito pela Casa Lebre, em 1918, a
Sorveteria Meia-Noite instalou alto-falantes, em São Paulo, para os seus fregueses acompanharem por informações telefônicas, a conquista do tri estadual pelos corintianos.
Mas, em 1925, o velho sistema de placas teve voltar a ser usado, por conta de evento internacional. No 15 de março, diante de mais de 30 mil almas, o Paulistano adentrou ao campo de Búffalo, nos arredores de Paris, e sapecou 7 x 2 no selecionado francês. Com o povão aglomerado na Praça Antônio Prado – era tarde de domingo, em São Paulo – , à espera de notícias, quando a Agência Haves a enviou para os jornais paulistas, “O Estadão” a estampou do alto da fachada do seu prédio – primeira excursão de time brasileiro à Europa, levando os jornalistas Américo Neto (O Estado de Mário de Macedo (São Paulo Sportivo).
A década-1930, da locução pioneira de Nicolau Tuma, teve mais novidades: a Rádio Record-SP lançou o plantão esportivo, batizado por Esporte nas Antenas; passou a informar resultados e a narrar mais esportes, como turfe, basquetebol, boxe, e passou a entrar em cadeia com rádios do interior paulista, nas transmissões do futebol. Uma grande década, pois nela surgiram, também, os comentaristas das jornadas esportivas radiofônicas e realizou-se a primeira cobertura “brasuca” de uma Copa do Mundo, na França-1938.
Rola a bola pela latinha e, em 2 de dezembro de 1944, ir ao ar a Rádio Globo do Rio de Janeiro. Em São Paulo, a década-1940 trouxe a Rádio Panamericana com sete dias por semana e uma temporada inteira de programação esportiva. Oferecia, entre outros, golfe, luta livre, boxe, basquete, vôlei, obrigando a sua rapaziada a aprender tudo sobre o que iria levar ao ar. Nessa época, não dava mais para tirar espaço do futebol nas principais rádios e jornais do país.
Pela década-1950, chegou a televisão, o rádio passou a ter um grande concorrente e precisou reorganizar o seu “meio-de-campo”. Assunto para uma outra coluna. Combinado?